tag:blogger.com,1999:blog-29595560250785258022023-11-16T07:32:04.891+00:00O MeirelesAníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.comBlogger169125tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-6448881368801433302010-11-23T21:26:00.003+00:002010-11-23T21:27:01.186+00:00Voltei aos bloguesAviso prévio: não faço a mínima do que tem acontecido por estas bandas dos blogues. Vou portanto inteirar-me nos próximos dias do que se tem passado.<br />
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Mas amanhã é dia de greve. Portanto tomem lá e até depois de amanhã.<br />
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<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/BZuokfaRcR8?fs=1&hl=pt_PT"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/BZuokfaRcR8?fs=1&hl=pt_PT" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-21520273608759302012010-10-14T23:47:00.004+01:002010-10-14T23:59:46.266+01:00CuriosoO Governo do Chile foi eleito no início do ano e logo poucos meses depois depara-se com um acontecimento que podia ter sido uma tragédia, mas não foi. Foi um acontecimento notável, de grande solidariedade e determinação para que tudo corresse bem.<br />
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Um planeamento sério, rigoroso, inteligente, cuidado, que não poupou esforços e atenção ao pormenor, para que tudo corresse pelo melhor.<br />
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E correu, felizmente. Se não tivesse corrido, eu gostava de saber o que seria dito pela população, apesar de todos os esforços de todos, incluindo a notável resistência física e psicológica dos mineiros. Falta se sorte ? Deus afinal não quis ?<br />
<br />
Regressar excusivamente à culpa de quem deixou a incúria imperar na mina ? - Claro, mas isso é algo que porém terá de ser feito sempre, porque tem de se julgar e condenar quem tiver culpa pelo sucedido.<br />
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É que no meio de psicólogos que estudaram a situação e deram aconselhamento; médicos que fizeram as avaliações necessárias - até ao pormenor de decidir a estratégia correcta do ponto de vista médico e psicológico para a ordem de saída dos mineiros da mina; dos profissionais da Nasa que foram ajudar com os seus conhecimentos; da Marinha que que construiu, fruto do seu saber e estudo das condições concretas, uma cápsula para resgatar os mineiros; da broca que veio de tecnologia para furar poços de petróleo; dos planos A, B e C, que estavam estudados para que tudo corresse pelo melhor, mesmo que acontecesse alguma coisa má, - dizia eu, no meio de todos os meios humanos dedicados à causa, colocando em prática o seu saber e experiência profissionais e técnicas, no meio dessas pessoas que trabalhavam para um resultado, havia aquelas que rezavam. <br />
<br />
Sendo um país religioso, em que até o Presidente se socorre de Deus quando interessa, em que os mineiros e respectivas famílias também suponho terem na sua maioria alguma forma de religiosidade, parece que tal romaria e rezas na superfície da mina possam ter, especialmente em contacto com os mineiros - através do telefone ou videoconferência - um papel de esperança e apaziguador - uma almofada psicológica. Desse ponto de vista eu compreendo a utilidade - são pessoas que acreditam mutuamente na mesma coisa, portanto é capaz de funcionar. Mas não serve para os tirar de lá sãos e salvos. Nem chega para falar com eles. Os telefones, equipamento e cabos que levam o sinal de áudio e vídeo para a videoconferência foram inventados e produzidos por pessoas, sem as quais e o respectivo esforço e dedicação nada daquilo teria sido possível - nem sequer os encontrar passados 17 dias.<br />
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Curioso que no meio da religiosidade que seguiu em paralelo o trabalho de salvamento dos mineiros, o apelidado 34.º mineiro, o Ministro das Minas, uma pessoa com qualificações de facto para o exercício da pasta (ao contrário do que muitas vezes acontece por aqui) - é engenheiro civil industrial - que coordenou todo o projecto, é agnóstico e nunca teve militância política.<br />
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Notícia no jornal Público:<br />
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<a href="http://www.publico.pt/Mundo/laurence-golborne-ministro-das-minas-o-34º-heroi_1460877">http://www.publico.pt/Mundo/laurence-golborne-ministro-das-minas-o-34º-heroi_1460877</a>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-48947822633429916592010-09-04T22:43:00.003+01:002010-09-04T22:44:12.583+01:00Rome<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/jPO2y19tKCE?fs=1&hl=en_US"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/jPO2y19tKCE?fs=1&hl=en_US" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-56932610586904660212010-09-04T20:23:00.002+01:002010-09-04T20:27:59.158+01:00Um mundo assustador que acredita no Pai NatalO mundo tem destas coisas.. de vez em quando somos confrontados com a sua faceta mais assustadora.<br />
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Tenho para mim nas décadas que já vivi que todos mentem. Uns mais, outros menos, uns para se protegerem dos outros, outros para prejudicar os outros. Mentiras pequenas e relativamente inócuas ou mentiras mais graves.<br />
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E o que acaba por acontecer quando se conta uma mentira é muito simples: a verdade do que aconteceu ou do que é pode nunca ou só muito tarde vir ao de cima.<br />
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Temos de estar atentos a todos, miúdos e graúdos. Mas é certo que nem todos são iguais, e no meio de tudo há que dizer que os graúdos têm a responsabilidade moral de formar a geração que lhe sucede de forma a que eles possam pensar pela sua própria cabeça e serem pessoas mentalmente saudáveis.<br />
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Mais do que deixar como legado uma herança, que acaba muitas vezes por despertar os piores instintos nas pessoas, o melhor que se pode dar aos filhos é educação. E que eles com a educação recebida construam o seu próprio património e que sejam felizes.<br />
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Quando constato que são os próprios pais que embarcam numa sociedade materialista e irracional, e que mentem deliberadamente aos filhos, que acreditam!, numa figura bonacheirona que nunca, em circunstância alguma, cabe pela chaminé de casa nenhuma (além de ser um disparate perigoso), então estamos conversados acerca da inteligência humana.<br />
<br />
O problema da fantasia aqui é que apenas o é para metade dos envolvidos. Os pais sabem que o Pai Natal não existe, mas conjuram um plano para que os filhos acreditem na personagem durante os primeiros anos. E conseguem fazê-lo em muitos casos.<br />
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Qual é o problema de os pais dizerem ao filhos que aquelas prendas são compradas com o dinheiro que os pais ganharam a trabalhar ? Os filhos vão gostar menos das prendas, vão divertir-se menos por causa disso ? Não é até muito melhor que os filhos comecem logo a estabelecer a correspondência entre o que recebem e a origem das prendas, para melhor perceberem que aquilo custa a ganhar e não cai do céu/da chaminé em segredo pela calada da noite ?<br />
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Tenham juízo! Passados uns anos os filhos crescem e começam a perceber que afinal é tudo mentira - e assim se começa no caminho da mentira - porque até se pode mentir se for por uma coisa bonita como o Pai Natal, não é ? Em vez de explicar como as coisas funcionam e que a verdade também pode ser uma coisa muito bonita.<br />
<br />
É a mesma coisa que dizer que podemos deixar entrar as pulgas em casa se elas vierem perfumadas. O facto de elas morderem na mesma passa para segundo plano.<br />
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Vão-me dizer que isto não é assim tão grave. É um exemplo, meus caros. De muitos. E de como as crianças acreditam em muitos disparates que se lhe contam, porque têm parca experiência e são dependentes. E os adultos também acreditam noutros disparates, mais elaborados, normalmente daqueles que ficam uns pontos acima do QI médio da população semi-analfabeta deste país que se limita a insultar no café real ou virtual sem saber nada do que se passa e - pior, sem tentar minimamente, proactivamente, saber.<br />
<br />
Quando eu vou ao cinema eu sei que aquilo é ficção. Toda a gente sabe que ali estão actores, e uma vasta equipa que realizou e produziu o filme. E quando vertemos uma lágrima numa cena mais emotiva ou ficamos agitados num momento de grande acção, nesse momento nós estamos como que dentro do acontecimento - e nesse momento nós quase que acreditamos que aquilo existe mesmo. Esse é o bom cinema, que nos transporta de forma credível lá para dentro.<br />
<br />
Mas depois saímos da sala e ninguém quis enganar ninguém. Aquilo é ficção, entretenimento do bom, que nos fez pensar, nos pôs alegres ou emocionados e até nos pode fazer sonhar e inspirar para fazer algo de grande. Essa é a mensagem, e o filme vale por isso. De que vale o Pai Natal ?Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-11876204455196565532010-06-21T00:38:00.011+01:002010-06-21T22:08:11.574+01:00Duas respostas para questões sem respostaRute e Guida , respondo-vos em forma de post aos vossos comentários ao último texto.<br />
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Rute, quando dizes "Não sei se concordo contigo quando disses que as pessoas precisam de acreditar em Deus, como se essa necessidade fosse universal! Penso que não, há pessoas que não acreditam, não querem, nem precisam de acreditar.", <br />
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atenta que eu disse, e cito: "Talvez um dia também consigamos demonstrar cientificamente a teoria social do porquê <u>muitas pessoas</u> sentirem a necessidade de acreditar em Deus (...)" e no parágrafo seguinte: "(...) mesmo para<u> alguns desses</u> continua a fazer sentido a crença numa entidade superior (...)"<br />
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Estamos portanto, de acordo! Além do que a primeira frase minha que eu citei, incorpora em si uma questão, que é a de saber até que ponto a teoria social é válida. Será que temos essa necessidade (os que a têm, claro!) ou ela é-nos incutida e passada de geração em geração ?<br />
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<br />
Já porém quando dizes que "As divindades variam, alteram-se, mudam de nome consoante as épocas e as culturas. Mas isso é irrelevante, o Deus é sempre o mesmo, independentemente do nome que lhe dão.",<br />
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já não estamos; esta discussão dava pano para mangas, mas aqui não é o lugar certo. Todavia penso que concordarás comigo que a percepção que se possa ter do que dizes varia muito de época para época. Na mitologia grega, entre Deuses e o rei dos Deuses e os Titãs, não sei bem em que medida é que haverá nessa época a percepção de um único Deus.<br />
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Quando dizes "Não acredito que o Mundo e o Ser Humano tenham surgido por acaso." demonstras que todos (e aqui é mesmo todos, ou quase todos os que têm curiosidade) temos a necessidade de procurar respostas, porque ficar quietos num universo em movimento é essencialmente morrer. <br />
<br />
Agora isso é uma coisa, outra é acreditar que exista um motivo, uma razão. E isso são conceitos muito humanos, que nós não sabemos se mais alguém poderia ter inventado. Ninguém sabe se há motivo ou deixa de haver. E não penso, pessoalmente, que haja razão ou motivos para sermos infelizes, se um dia descobrirmos que "acontecemos", no passado e no presente, por acaso.<br />
<br />
Todos nós temos um certo "horror ao vácuo", e a tua demonstração de que por vezes sentes Deus, é sinónimo disso. Mas há formas e formas de preencher o vazio. Além disso, tudo o que acontece na vida é sujeito à nossa interpretação, e tu podes interpretar os diversos acontecimentos como bem entenderes, ou melhor dito, como puderes. Para ti, uma sequência de acontecimentos felizes - "com a força das pessoas, quando supostamente já deveriam ter sucumbido, na alegria no meio de grandes dificuldades, nos "Anjos da Guarda" que nos vão aparecendo durante a vida" - que te faz "sentir" e de certa forma acreditar numa entidades dessas, contradiz o que disseste antes sobre o não acreditares que Deus possa interferir na nossa vida:<br />
<br />
"(...) Purgatório na "mão" de Deus na vida de cada um, no destino traçado por Ele. A ser assim, teríamos um Pai extremamente injusto e cheio de preferências por alguns dos seus filhos. A ser assim, seria um Deus cruel, desumano e sádico."<br />
<br />
É que, como dizia, a sequência feliz de acontecimentos que o é para ti, já para quem está ali ao teu lado ou a quilómetros de distância, pode ser uma tragédia, desencadeada pelos mesmos factores que a ti te fazem feliz. Uma pessoa amiga que é salva de um Tsunami pode ser encarado como uma ajuda de Deus, um ""Anjos da Guarda" que nos vão aparecendo durante a vida", como tu dizes, mas que, a ser verdade, revelaria por parte de Deus, uma estranha forma de intervenção de cortesia, em pequenas quantidades, como quem pode mais, mas não quer, e que, no essencial, ao revelar actuar aqui, mas não ali, deixando muitas pessoas morrer nesse mesmo Tsunami, uma aparente injustiça. E digo "aparente" porque até pode ter bons motivos (se os houver), mas serão muitas vezes insondáveis. E depois nós podemos interpretar como quisermos, como é costume.<br />
<br />
Mas, acima de tudo, é a noção de que o que nos acontece é de alguma forma apadrinhado por uma entidade superior, como se as coisas acontecessem, de certa forma a 'pensar' em nós. Há, no meu entender uma certa dose de egoísmo nesta forma de pensar.<br />
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Dir-me-às que sou arrogante por falar assim, e estás no teu pleno direito, mas eu penso que, no caminho da busca de algo que nos permita preencher o vazio que quase todos sentiremos, uma boa dose de humildade, de que poderemos inclusive ter de nos conformarmos por, um dia, eventualmente, quando a vida humana acabar, chegarmos a esse fim sem as respostas que procuramos. É que parecendo que não, a ignorância das respostas que eu penso levar à necessidade humana de acreditar que há algo mais que explica tudo isto, também comporta uma dose, ainda que admita que inconsciente, de arrogância, por querer pretender ter chegado à resposta, aparentemente final (para quem assim acredita), sem para isso ter trabalhado assim tanto. Todas as respostas científicas que temos hoje são, por outro lado, fruto de muito trabalho, e são, feliz ou infelizmente, incompletas.<br />
<br />
A ignorância é daquelas coisas que é ilimitada, e o conhecimento anda sempre um passo atrás, no seu encalço. <br />
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Guida:<br />
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Venho do teu texto, pois! Já me apetecia escrever algo sobre esta temática, aliás, até já tinha escrito, mas nunca publicado. É muito difícil escrever sobre este tema, porque há sempre muitas emoções a pairar tanto de quem escreve e de quem lê e é difícil encontrar um registo, uma abordagem que me satisfaça. O teu texto, aliado ao que já queria ter dito há muito tempo sobre o episódio do Felipe Massa, que é apenas mais um de muitos, mas que tem mais projecção mediática, serviu-me de inspiração para escrever esta reflexão.<br />
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O Felipe Massa acredita que conhece Deus, de certa forma, ainda que incompleta, porque foi isso que lhe ensinaram; tivesse nascido noutra região do mundo e conheceria o Deus ou Deuses de forma diferente, com "vozes", ditos, ensinamentos e costumes diferentes. Em boa medida é assim. Claro que há excepções, mas é difícil desprender-mo-nos do sistema no qual nos habituámos e nos habituaram a viver. É como te dizerem para desaprenderes a falar português. Mesmo que tu saibas falar outra língua, é algo que não faz sentido para ti. Tu sabes, tu comunicas com os outros nessa língua, formas laços, crias ligações afectivas duradouras, hábitos e ritmos sociais que podes até não questionar e que te fazem falta no preencher do vazio, do vácuo que referi acima, mas também porque como matiz é difícil substituí-la.<br />
<br />
Quanto ao destino que tu acreditas que temos marcado, eu não sei. Essencialmente porque, na génese do problema como eu o encaro, não sei sequer se há motivo para existirmos ou se pura e simplesmente existimos. E devolvo-te uma questão quanto ao destino: tu acreditas porque pensas ou pensas porque acreditas ?<br />
<br />
Concordo em absoluto quando dizes "E essa vontade de agradecimento é um sentimento de proximidade e de amor aos outros." É é por isso que eu critico o Felipe Massa e todos os outros que deviam agradecer a todos os que por cá andam e andaram e tiveram influência no facto de ele ainda cá estar, de boa saúde, depois do acidente. Fazer uma lista dá trabalho, pois dá, é muito mais fácil fazer um "wrap it all up and thank God" Temos sempre a quem agradecer. É só procurarmos, nem que seja de um modo um pouco mais genérico se tivermos falta de tempo. Agora agradecer a Deus é, no meu entender, sintoma de uma estranha e injustificável falta de tempo. <br />
<br />
"Tu não te sentes incompleto?"<br />
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- Não. E sim. Mas não é por isso que me sinto ou deixo de sentir feliz. Se me sinto vazio por não saber de onde venho, para onde vou, como existo e se há um porquê de existir ? Não propriamente. Sinto curiosidade, mas também sei que provavelmente nunca vou saber as respostas. Já saber colocar a pergunta é magnífico. Depois do momento aterrador inicial e de momentos aqui e ali em que me recoloco estas perguntas e filosofo, a vida continua e a busca de respostas em outros domínios, porque há tanta coisa para descobrir e para saber, não me deixam tempo para ficar a contemplar o vazio preenchido por algo que eu não consigo demonstrar. É óptimo sabermos colocar a possibilidade em cima da mesa como auxiliar de raciocínio e contraposição, mas acreditar, porque sim, sem qualquer prova ? <br />
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Não sei se, como dizes, somos de facto completos embora pensemos o contrário porque ainda não chegámos ao profundo de nós mesmos para sentir a existência e assim apurarmos a mecânica, o fluir e o sentido da nossa existência. Podemos até ser incompletos, como dizia há pouco. Porque esse facto por si só não impede nada, antes pelo contrário, impele-nos para a frente, para procurarmos respostas. Mesmo que nunca as encontremos. E assim ficaremos de facto para sempre incompletos. E até cientes disso, sem que contudo isso afecte seja o que for. Não temos necessidade de ser completos. Temos sim, de procurar cada vez mais respostas.<br />
<br />
"Existir é uma real trabalheira e é muito mais fácil atribuir tudo ao Deus conhecido do que procurar respostas... Sempre foi assim, por mais polémica que seja esta ideia!"<br />
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Remate quase perfeito. Só lhe acrescento ao Deus conhecido, o teu Deus desconhecido. No fundo, 'é' tudo o mesmo.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-1428701306459020492010-06-12T23:47:00.018+01:002010-06-13T02:39:44.738+01:00"A Um Deus Desconhecido" ?A todos:<br />
(Se não lerem mais nenhum post deste blogue, leiam pelo menos este) <br />
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Quando o Felipe Massa, piloto de Fórmula 1, teve aquele infortúnio grave que quase o matava, eu evidentemente solidarizei-me com os familiares e com todos os adeptos e demais pessoas que o conheciam e lhe queriam bem, nos desejos de melhoras rápidas e completas, e de que ele pudesse regressar em breve à competição.<br />
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Foi um acidente lamentável, mas acontece. A técnica é apurada, mas pode haver sempre um descuido humano ou uma falha no material de que resultam às vezes coisas insignificantes, ou, como foi o caso, muito graves.<br />
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Mas a Fórmula 1, como desporto-rei das quatro rodas, tem sido o expoente máximo das inovações científicas e tecnológicas: se não fosse o capacete que muitas pessoas ajudaram a desenvolver ao longo dos anos, incluindo o ex-colega de equipa Michael Schumacher, o Felipe Massa hoje poderia não estar connosco.<br />
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Se muitos antes dele, ao longo das décadas, não tivessem infelizmente ficado pelo caminho - porque isto dos avanços, seja em que área for, tem quase sempre vítimas e mártires - hoje o Felipe Massa poderia estar justamente a ser ele próprio uma vítima e um mártir, para sempre lembrado na história como um dos que ajudou a tornar o desporto mais seguro.<br />
<br />
Se não fossem todos os que conduziram carros sem as protecções que os de hoje têm e se eles não se tivessem espetado na curva seguinte e infelizmente provado que o carro precisava de mais segurança; se as curvas não tivessem sido desenhadas e alteradas ao longo dos anos para que se tornassem cada vez mais seguras, recorrendo à experiência, a cálculos matemáticos de velocidade e resistência dos materiais; se não se tivessem lembrado de colocar pneus nas barreiras para amortecer o choque (e se os pneus não tivessem sido inventados e aperfeiçoados!), de que o Felipe beneficiou; se não se tivesse inventado um meio de transporte rápido, que pode aterrar e descolar na vertical - helicóptero, que permite o socorro e a deslocação em tempo útil dos feridos até ao hospital; se os médicos de hoje não fossem o resultado do saber acumulado de estudiosos e médicos anteriores - que também cometeram erros (há sempre mártires, como dizia) - até se chegar ao estado da técnica que hoje há; se não houvesse nada disto, mesmo com toda a boa vontade do mundo, o Felipe Massa poderia muito bem não estar aqui para agradecer.<br />
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E foi justamente agradecer a primeira coisa que Felipe Massa fez quando voltou à ribalta. <a href="http://www.dailymail.co.uk/news/worldnews/article-1203980/F1-driver-Felipe-Massa-walks-hospital-begins-journey-Brazil.html">Agradecer a Deus</a>. <br />
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Deus que não fez nada para impedir que uma mola saltasse da traseira do carro do seu compatriota Rubens Barichello e o atingisse a alta velocidade, aumentando exponencialmente o seu relativamente diminuto peso de 800 gramas. Só depois é que Massa agradeceu aos médicos. Os médicos que só o puderam salvar porque todos os outros factores que eu referi acima estavam presentes, porque o capacete ainda o protegeu, porque o carro é mais seguro do que há uns anos, porque as barreiras de protecção existiam e absorveram o impacto do carro, porque havia um helicóptero. Porque muitos trabalharam e outros ficaram pelo caminho. Tudo fruto de trabalho árduo de pessoas de carne e osso, ao longo das décadas, para que pudéssemos chegar ao ponto de desenvolvimento e conhecimento que temos hoje, e de que ele, Felipe Massa, pudesse, entre outros, beneficiar.<br />
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Deus que, se é omnipresente como dizem, presenciou o acidente e nada fez para que aquilo não acontecesse. Ou, numa hipótese que muitos não considerarão possível, ainda que seja concebível, Deus quis que acontecesse daquela forma.<br />
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Seja como for, ao não impedir, compactuou. É como estarmos numa peça de teatro em que somos todos marionetas ao dispor do senhor que puxa os cordelinhos. Podemos ter a liberdade de pensar, mas os nossos movimentos e o nosso destino ficam ao sabor alheio. Que significado tem uma pessoa agradecer a um Deus que não se sabe que papel teve no seu acidente, e cujo papel, por igual razão, também não se sabe ter tido na sua recuperação, excluindo o de, pelo menos, não ter conspirado contra?<br />
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Será um agradecimento submisso, de alguém que se submeteu a Deus e se declara à sua mercê, como diz o islamismo ? Alguém que não critica ou pede explicações quando acontece o infortúnio, mas que agradece quando acontecem coisas boas ?<br />
<br />
É uma pessoa ser colocada no mundo com certas características e depois aprender, à custa de sofrimento, a melhorá-las e agradecer a Deus essa possibilidade - quando têm essa possibilidade e não morrem no processo, num qualquer acidente estúpido ?<br />
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Enquanto isso, outras pessoas são incomparavelmente mais sortudas, felizes e vivem uma vida muito mais preenchida e longa. É por isso que se acredita na reencarnação ? Porque, mais cedo ou mais tarde, também nos vai calhar na rifa cósmica nascer no sítio certo, à hora certa, nas condições e ambiente social e genético certos, como pessoas, outros animais, plantas ou árvores ?<br />
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Ninguém sabe a resposta. Muita gente acredita que sabe a resposta, mas ninguém consegue demonstrar que está certo. Ninguém sabe o que o futuro reserva. Ninguém sabe explicar o funcionamento "disto".<br />
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"Isto" é sem dúvida muito interessante, sem dúvida. Reconfortante, recompensador quando nos esforçamos e a coisa corre bem; que nos torna humildes quando não corre bem e temos mais chances e conseguimos com determinação, sabedoria e humildade, vencer. Do superlativo positivo ao superlativo negativo existe de tudo, em quantidades e em espaços variáveis.<br />
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Ninguém sabe porque é que existimos, e como é que existimos. Ninguém sabe o que é o contrário de "haver".<br />
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Pode ser que um dia lá cheguemos. Cada dia sabemos mais. De coisas que conseguimos, de facto, demonstrar.<br />
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Talvez um dia também consigamos demonstrar científicamente a teoria social do porquê muitas pessoas sentirem a necessidade de acreditar em Deus, mesmo aquelas pessoas que sabem que antes de Jesus Cristo, o seu Pai e o Espírito Santo, houve muitos outros Deuses, inclusive estátuas da Deusa egípcia Ísis com o menino Órus ao colo, que foram depois utilizadas, tal qual, como mostrando a Nossa Senhora com o Menino Jesus ao colo.<br />
<br />
Mesmo para esses, que não ignoram a história e o conhecimento acumulado da humanidade, que sabem que todos os Deuses são relativos, porque conhecem os que são venerados agora e os que foram venerados antes, mesmo para alguns desses continua a fazer sentido a crença numa entidade superior, desligada das religiões - tão terrenas, efémeras e mutáveis, por muito impossível que lhes seja descrever o como e o porquê.<br />
<br />
Ora aí está uma pergunta interessante: porque é algumas pessoas têm a necessidade de acreditar ? É genético ? É social ?<br />
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A mim porém nunca me convenceu a explicação que nunca foi explicada. Não é só pelo facto de nunca ter sido explicada, demonstrada, e isso dava pano para mangas, mas pelo facto de essa explicação, por muito gloriosa que possa ser, não responder às duas perguntas fundamentais: como, porquê?<br />
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Como é que há Deus, porque é que há Deus ?<br />
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Como é que existimos, porque é que existimos ?<br />
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A simples possibilidade que nós, seres humanos temos de fazer estas perguntas, é simultaneamente fabulosa, maravilhosa e um autêntico orgasmo da existência, mas ao mesmo tempo é aterradora. O facto de, ao contrário das crianças muito novas, termos plena consciência do aqui e do agora e não sabermos responder às questões que entretanto tivemos o brilhantismo de conseguir colocar. É talvez pelo terror que isso provoca que há pessoas que decidem, deixam-se, submeter-se a um Deus desconhecido, que julgam, através de múltiplas histórias que enformam uma civilização, conhecer. Sempre é melhor ter uma explicação que nos sirva de abóbada do que o vazio.<br />
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Há mesmo quem decida que Deus não é terceiro, mas que somos todos, tudo o que existe e conhecemos e o que existe e ainda não conhecemos. Mas, ainda assim, as duas perguntas acima colocadas ficam por responder e nenhuma das questões acerca do funcionamento do "matrix" fica esclarecida.<br />
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Eu prefiro o vazio. Pode parecer estranho. Mas também é verdade que o vazio já foi mais vazio, e há-de ser cada vez menos vazio. Se um dia iremos conseguir responder às duas perguntas que coloquei acima ? Acho que não. Tenho quase a certeza que não, que nunca vamos descobrir. Nesse dia tudo acabaria. Teríamos chegado, por assim dizer, ao fim do jogo, do puzzle. E no meu modesto entender, este puzzle é infinito.<br />
<br />
E com o que temos sempre nos governámos, venha Deus daqui ou dali, apareça e desapareça esta ou aquela religião, esta ou aquela crença, nós existimos ao longo dessa história. Porque nos temos uns aos outros. E eu acredito nas mulheres e nos homens. Mesmo quando não acredito no que eles dizem, é o que temos. É nossa tarefa fazermos com o que temos o melhor que pudermos. Se quisermos ser felizes, claro. É cá uma intuição que eu tenho :DAníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-34637966983487680892010-06-10T20:41:00.001+01:002010-06-10T20:41:23.863+01:00Este dia serve para uma coisaO dia 1 de Janeiro é feriado. Se por um lado serve o propósito de dar às pessoas tempo suficiente para se recomporem da festança do dia anterior, não deixa de ser irónico que o primeiro dia de cada ano seja de não se fazer nada; para os mais cínicos é o mote para o resto do ano.<br />
<br />
Para outros é dia de trabalho, porque nem todos podem parar, mas acima de tudo deve servir para, pelo menos neste dia, se fazer uma reflexão do que se quer para os próximos 364 dias, ou para o resto da nossa existência, até que melhores razões se levantem para reflectirmos outra vez, o que pode ser todos os dias, todas as semanas, todos os meses, de todos os anos.<br />
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P.S.: Andei a fazer uma limpeza geral no blogue, e, além de ter retirado todos os posts que faziam alusão aos artigos dos meus outros blogues, também descobri este post, tal como está, por publicar, justamente com data de 1 de Janeiro. Da última frase podem retirar o motivo pelo qual decidi publicá-lo hoje. Substituam o dia 1 de Janeiro pelo dia de hoje, ou por outro qualquer. Não há dias marcados para pensar nos nossos projectos.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-40511565901686362062010-06-08T23:58:00.001+01:002010-06-08T23:59:11.913+01:00Short attention span and pretty picturesIt's what people end up getting along with in this speeding world.<br />
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I'm done talking now. Here's your pretty picture:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-yevAPqDjPqP6GwosE5ekRsxztWpBu2CSW9u8mHgHFySCGDxZA1UQ_eaiVNcV2qvsd1ghrzFQ26xBOnrX-17JZ6z6d2ANMPo3QotVuLAkBQurMmKqNEejK-px-Hy-68JgkfLASVk6J_w/s1600/brazil-landscape-580-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-yevAPqDjPqP6GwosE5ekRsxztWpBu2CSW9u8mHgHFySCGDxZA1UQ_eaiVNcV2qvsd1ghrzFQ26xBOnrX-17JZ6z6d2ANMPo3QotVuLAkBQurMmKqNEejK-px-Hy-68JgkfLASVk6J_w/s400/brazil-landscape-580-2.jpg" width="400" /></a></div>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-84367893070810674442010-06-06T20:40:00.029+01:002010-06-06T21:24:47.073+01:00Aderir a um clube de futebol nos tempos que corremNão é novidade para quem segue este blogue (umas estóicas duas ou três pessoas) que não tenho especial simpatia por nenhum clube de futebol; não sou sócio nem adepto. Dito isto, já fui simpatizante do Sporting, na altura em que o Paulo Bento lá estava. E desde que ele se foi embora, regressei à minha condição de espectador algo atento de todo o futebol, sem especiais simpatias por ninguém.<br />
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A pessoa que mais gostava de futebol lá em casa era o meu avô, mas ele morreu cedo, na minha infância, e o meu pai, embora interessado nas artes futebolísticas, nunca demonstrou uma grande paixão por esta modalidade, nem clubismo de qualquer espécie. Não tenho por isso um passado que me influencie num ou noutro sentido.<br />
<br />
Mas se o passado é importante, o presente também o é, e eu nunca abdico de pensar pela minha cabeça, ao ponto de cometer muitas asneiras na minha pretensa sabedoria (leia-se ignorância), mas sempre com o propósito de aprender mais.<br />
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Ora, não descontando os papéis da genética e da formação familiar inicial, posso afirmar que, observando o fenómeno do futebol, o que eu quero mesmo é assistir a bons jogos. <br />
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Coisa que, curiosamente, os clubes em Portugal quase sempre insistem em não nos providenciar. Ficamo-nos pelo produto de segunda categoria que é assistir a acaloradas discussões entre treinadores de bancada que acham que o árbitro é um gatuno (parece que os há) ou que, depois de terem visto o lance vinte vezes, de cinco ângulos diferentes e em câmara lenta no conforto da sua cadeira, não havia maneira de o árbitro não ter visto aquela falta (escandaloso!). Ah, e nos últimos tempos até tivemos direito a ouvir umas deliciosas escutas entre árbitros e dirigentes no Youtube, algo que, ao contrário da SportTV, até é um espectáculo gratuito, mas de igual qualidade...<br />
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Ora bem, para mim, espectador, o futebol devia ser um jogo. Sim, um jogo. Uma competição saudável e uma forma de passar os tempos livres. Algo que as pessoas não levassem como a razão da sua existência, nem mesmo ainda que apenas durante o jogo ou nos momentos após. Sabem aquelas pessoas que ficam com um melão depois de o seu clube perder ? Até isso me parece um pouco exagerado. Depois há os <i>hooligans</i>, nome estrangeiro pomposo que até nem lhes faz jus, mas que é uma benesse que lhes confiro, hoje que estou bem disposto.<br />
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Mas vamos ao que interessa: como pessoa que sou e não uma qualquer espécie de Deus, não faço a menor ideia do que vai na cabeça de um adepto. Não sei, principalmente, no que o faz ser adepto deste ou daquele clube, algo que não seja tradição familiar ou do grupo de amigos. No fundo, sinto-me uma mulher.<br />
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É que nos dias que correm, uma equipa tanto tem jogadores de uma nacionalidade como de outra, tanto são transferidos de uma equipa para a sua rival, tanto o treinador é desta como daquela ao atravessar da rua. Um presidente de um clube tanto é adepto como gestor, e hoje está aqui e amanhã está ali.<br />
<br />
O que é que define na sua essência um clube de futebol ? As glórias passadas ? Mas porquê ? Os grandes nomes que estão associados a determinado clube ? Sim, parece-me razoável, mas chega ? É que eles não definem nada no clube. A proximidade geográfica (é o clube lá da terra) ? Sim, mas se tudo muda como disse há pouco, e apenas ficam os tijolos e o telhado, o que é que isso interessa, ou, melhor, significa ?<br />
<br />
O que é que leva as pessoas a serem de um clube, a apaixonarem-se por uma abstracção volátil que ninguém sabe muito bem onde ancorar ? Será mesmo das tradições familiares ? "Olha, na minha família são todos benfiquistas, nasci e cresci a assistir com a minha família e a torcer por este clube, afeiçoei-me. Pronto." Pois, é bem capaz de ser isto, acima de tudo.<br />
<br />
É assim uma espécie de homenagem inconsciente ao nosso desenvolvimento enquanto pessoas, à nossa família, àqueles que nos dizem algo, que nos são queridos, às quais vamos buscar pontos de referência para nos situarmos no mundo. Todos precisamos de uma certa segurança, de um cantinho com que nos identifiquemos.<br />
<br />
O que eu lamento é quando nada disto é pensado, mas apenas automatizado. Por estranho que pareça, a emoção que se sente por um clube é aqui, neste exemplo, fruto de uma mecanização, enraizada desde criança. Não deve haver pior emoção do que uma que é mecanizada.<br />
<br />
E se há coisa que eu gostava que não acontecesse é os pais dizerem com orgulho "O meu filho ainda não tinha nascido e já o tinha inscrito como sócio do clube". Uma coisa é vibrar com os jogos, levar os filhos ao futebol, e mostrar quais as equipas que existem e as diferentes modalidades, outra bem diferente é filiar mais um. Todos sabemos que isso não é justo para a formação das escolhas e distorce a concorrência! Além do que é perfeitamente dispensável. Ninguém precisa de futebol para viver. E no entanto era bom que se pudesse ter a 'máquina por formatar' quando pudermos fazer as nossas escolhas no que não é essencial.<br />
<br />
Mas, dizia eu, se por um lado temos os laços afectivos/familiares que nos ligam a determinada opção, ainda que involuntária e inconsciente, por outro temos o mundo globalizado, com liberdade de movimentos, e eu pergunto: esta ligação afectiva ainda faz sentido, mesmo para quem não pense muito no porque é que acredita ?<br />
<br />
Qual é a ideia que um adepto do Chelsea tem ? O clube é detido por um russo, teve um treinador vindo de fora, português, que os levou a ganhar o campeonato pela primeira vez em 50 anos, com um plantel em que figuravam - ainda figuram - portugueses, ingleses, brasileiros, alemães. Depois os treinadores vão-se embora mais ano menos ano, chega outro, que imprime um estilo diferente, alguns jogadores são transferidos, até que às tantas são quase todos diferentes, e às tantas, o dono, que tanto tem um clube de futebol, como um iate de 30 metros, um dia pode passar o clube para outras mãos.<br />
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Que identidade há nisto ?<br />
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Eu percebo perfeitamente quando alguém me diz que é adepto do Manchester United: o Sir Alex Fergusson é treinador do clube desde 1986. Há uma linha condutora. O mesmo quando alguém me diz ser adepto do Futebol Clube do Porto, dirigido por Pinto da Costa desde 1982.<br />
<br />
Em todos os outros clubes o sentimento de pertença acaba por desvanecer-se, digo eu.<br />
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Eu sei que se todos fossem como eu o mundo do futebol seria bem diferente, haveria um espírito mais construtivo, mais racional, e menos efusivamente alienado. O futebol seria como um jogo de ténis: civilizado, em que um bom jogo, com jogadores de boa técnica e bonita performance, seriam os principais pontos de atracção, muito mais do que saber de que lado se está.<br />
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Estou com certeza a delirar com outro país que não este. Mas se não se sonha não se constrói o presente nem o futuro.<br />
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O principal que eu queria aqui dizer, e que resulta do primeiro parágrafo, é que o que conta verdadeiramente é por um lado, o espectáculo, e por outro, as pessoas. O Paulo Bento é uma pessoa que pode não ter o brilhantismo do José Mourinho (mas também é mais novo), mas tem personalidade, diz o que pensa, e conseguiu logo no início da carreira resultados com uma equipa jovem e imatura, um orçamento muito inferior aos seus principais rivais e dando a cara em momentos que até nem devia ter sido ele a aguentar com isso. Gostei do Paulo Bento no Sporting, mas não gostei do Sporting sem o Paulo Bento. Quando o Paulo Bento treinar outra equipa, é bem possível que siga essa equipa. Assim como as pessoas que se revêm no estilo de Sir Alex Ferguson, ou de Pinto da Costa.<br />
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O que conta são as pessoas. As instituições são feitas de pessoas.<br />
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E se há maior prova de que o que conta são as pessoas, o José Mourinho está aí para o provar cada vez mais. Parecendo que não, o José Mourinho trouxe e está a trazer ao futebol mais do que uma revolução. Mas isso dava (e vai dar) outro post.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-7112436084160228962010-05-17T18:28:00.004+01:002010-05-17T18:38:15.236+01:00Se pudesse voltar atrás faria o mesmo ?Esta é para mim uma das perguntas mais enganadoras de sempre.<br />
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Quando dizemos por exemplo que não gostámos de determinada experiência no passado, temos duas atitudes a tomar: a inteligente e a estúpida.<br />
<br />
A estúpida é andar para sempre com um sentimento de tempo perdido, de arrependimento, angústia e culpa, e de sonhar o que se faria se se pudesse voltar atrás e sonhar com essa possibildade que nunca vai acontecer.<br />
<br />
A atitude inteligente é considerar duas coisas muito simples: primeiro, não se pode voltar atrás, está feito, há que seguir em frente. Segundo, tudo aquilo por que passamos é útil.<br />
<br />
Vamos lá distinguir uma coisa: o facto de dizermos e considerarmos que não gostámos de determinada experiência não é a mesma coisa que dizer que foi inútil, nem tão pouco uma coisa exclui a outra.<br />
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O facto de eu não ter gostado não significa que eu deva ter para mim que aquilo nunca devia ter acontecido.<br />
<br />
O simples facto de eu o saber agora resulta justamente dessa experiência, o que é útil, se começarmos a encarar o PRESENTE e o FUTURO, em vez do PASSADO.<br />
<br />
Portanto, o melhor a fazer é pegar em todos os dados da nossa experiência e através da meditação e análise dos mesmos com eles evoluir.<br />
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Se no meio dessas experiências tiver havido terceiros que ficaram magoados com a nossa atitude, de nada nos serve andarmos a penitenciarmo-nos para sempre. Reconhecer o erro, e fazer, com base no que aprendemos, o que puder ser feito para recompor (não necessariamente "repor") a situação. Ou pura e simplesmente reconhecer, com bom senso, que é tempo de cada um ir à sua vida. <br />
<br />
O que me leva à pergunta inicial: "Se eu pudesse voltar atrás mudaria ou faria o mesmo ? " é um pergunta que parte de uma falsa premissa: eu só tomaria uma atitude diferente se tivesse prévio conhecimento das suas consequências, que é o caso, o seja, eu, com os conhecimentos que tenho hoje, viveria uma vida diferente, porque experienciar exactamente a mesma coisa duas vezes é inútil.<br />
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Mas isto é intelectualmente desonesto. O que a pergunta quer verdadeiramente dizer é: Você vive bem com todo o seu passado ? Resolveu o que tinha a resolver, extraiu de todas as experiências, boas e más, sábios conhecimentos para lidar com o presente e o que vier ? Isto é, você é uma pessoa equilibrada ?Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-16807939945070199052010-05-05T02:04:00.016+01:002010-05-05T17:55:27.847+01:00Portugal, Estado laico ?Estado laico, com rigor nas contas públicas em tempos de acentuada crise, com o PEC a ser escrutinado e antecipado na sua aplicação, num país com um crónico problema de competitividade e falta de produtividade ?<br />
<br />
"Segundo António Costa, não há "uma contabilidade total" acerca dos custos da visita para a autarquia (...)" - Diário Económico, link <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/antonio-costa-quer-tolerancia-de-ponto-em-toda-a-capital_87273.html">aqui</a><br />
<br />
De acordo com a revista Visão desta semana, no artigo intitulado "Terá o Papa impacto na economia ?" (pág 46-48), também o Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma que ""não há nenhuma estimativa dos custos da operação", alegando que esta é repartida por diferentes organismos "A avaliação só poderá ser feita a <i>posteriori</i>"". Igual resposta tem o Ministério da Administração Interna: "Questionado sobre os custos da operação de segurança, o Ministério da Administração Interna disse não dispor de números, embroa se saiba que forças de segurança especiais e serviços secretos participarão na operação de protecção de Bento XVI".<br />
<br />
O próprio Cardeal Patriarca noutro dia defendeu (ler <a href="http://www.publico.pt/Sociedade/cardeal-patriarca-de-lisboa-defende-diminuicao-de-cristaos-faz-de-conta_1432772">aqui no Público</a>) que era preciso diminuir o número de cristãos faz-de-conta, numa atitude de proselitismo ao contrário, mas que só lhe fica bem. <br />
<br />
No entanto, todas as escolas públicas vão fechar no dia 13, assim como as do concelho de Lisboa na tarde de dia 11 e as do concelho do Porto na manhã de dia 14, e os pais que tenham de ficar com os filhos e não os possam levar para o local de trabalho, têm também de tirar férias ou perder um dia e meio de salário, seja qual for a sua confissão religiosa, se a tiverem. - Notícia no Público,<a href="http://publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/com-escolas-fechadas-pais-tem-de-perder-um-dia-de-ferias-ou-de-salario_1435473"> aqui</a>.<br />
<br />
Mas não se resume às escolas: de acordo com<a href="http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/PrimeiroMinistro/Notas/Pages/20100423_PM_Not_Papa.aspx"> o despacho</a> será concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas na administração central e nos institutos públicos ( - hospitais - notícias <a href="http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1546426">aqui </a>e <a href="http://noticias.sapo.pt/especial/bentoxvi_portugal/info/artigo/1062923.html">aqui</a>, também estão abrangidos) tendo em conta “o interesse de grande número de portugueses em poderem estar presentes nas celebrações." <br />
<br />
Portugal neste momento não tem Governo, nem governo, apenas ministros que se contradizem, um Primeiro Ministro que acumula trapalhadas no currículo sem que nada aconteça para se esclarecer a situação jurídica e política, jogos políticos à esquerda com as obras públicas e medidas populares como a da tolerância de ponto como a acima exposta, sem que haja a mínima noção, um cálculo que seja, dos custos para a sociedade em geral.<br />
<br />
Os verdadeiros cristãos e católicos não se importariam nada de fazer esse sacrifício (que para muitos até não o seria de todo) de tirar um dia de férias, digo eu, afinal não é todos os dias que o Papa vem a Portugal.<br />
<br />
O problema é que essa contabilidade não é feita. Presume-se inilidívelmente que a esmagadora maioria dos portugueses é católica praticante e que segue os ensinamentos e directrizes da Igreja. <br />
<br />
Mas mesmo que fosse o caso, será que que o Estado deve ter este papel, especialmente em tempos de crise ? <br />
<br />
Faz-me lembrar o motor da Europa, a Alemanha, em que para não se entregar uma parte dos impostos à Igreja é necessário ir a uma conservatória dizer expressamente, no papel, que não se professa aquela religião. Uma atitude deplorável e discriminatória, mas que não surpreende, num país em que é permitido que um partido se chame CDU - Christlich Demokratische Union (Christian Democratic Union), o que em Portugal, por exemplo é proibido (artigo 51.º, n.º 3 da Constituição), por muito que os miltantes do CDS gostassem que o "C" correspondesse à nomenclatura que usam de "Democratas-Cristãos".<br />
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- post actualizado no dia 05.05.2010, às 17:49Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-84321760365863395132010-05-04T09:37:00.001+01:002010-05-04T04:27:01.255+01:00Cruzei-me com um blog, comentei, e decidi colocar aqui também:Hoje cruzei-me com dois blogs interessantes e que aproveito para recomendar: o bitaites.org, e o citadino.blogspot.com<br />
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Não sei porquê, mas chamou-me em particular a atenção um post no citadino intitulado <a href="http://citadino.blogspot.com/2010/04/evolucao-tecnologica-esta-roubar-os.html">"A evolução tecnológica está a roubar os nossos empregos?</a>".<br />
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E, como não concordava em absoluto com o teor do texto a partir de certa altura, e, igualmente com a conclusão que o autor do post retirava do texto que acabara de traduzir, comecei a escrevinhar um comentário que está lá publicado, e que, às tantas, me pareceu digno de constar também aqui, como post autónomo.<br />
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Aqui vai:<br />
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Aproveito, nesta primeira visita proveitosa, para lhe dar os parabéns pelo blog, mas também para discordar aqui neste post que me chamou a atenção:<br />
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Tudo o que disse inicialmente sobre a impossibilidade de permanecer uma situação de desemprego a longo prazo com a introdução de novas tecnologias e maquinarias parece-me certo e advém da experiência que a humanidade foi coleccionando, mas depois chega ao "agora" e parece perder a objectividade e a perspectiva histórica e desaba no dito pessimismo ludita que tão bem trouxe à discussão.<br />
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Há inúmeros exemplos que podia citar para demonstrar que a tese de que o automatismo vai retirar os empregos a ponto de implicar uma reformulação do paradigma económico está errada, mas cito apenas dois. <br />
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(Atenção, não digo que não seja desejável fazer uns ajustes - de monta - de equidade no paradigma, mas não é certamente por culpa da tecnologia que os ajustes são necessários.)<br />
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Primeiro, a tecnologia, como reflexo do progresso da sabedoria humana que é, permite-nos unicamente continuar a seguir em frente. Tenho a ideia que até foi o ministro da agricultura que mencionou isto noutro dia, e, embora patusco, o exemplo é verdadeiro: das carroças puxadas por bois ou burros passámos para os veículos a motor e deixou de exisitr a necessidade de ter uma indústria de carroças e criações tão grandes de burros e bois, e alimentação para os ditos, e toda a logística que isso implica, mas passou a haver a necessidade de mecânicos e oficinas e toda uma indústria à volta - óleo para o motor, filtros, pastilhas de travões, petróleo(!), escolas de condução, instrutores, fábricas que produzem semáforos e sinalética de trânsito, entre muitas outras, e, além disso, não foi por isso que deixou de haver uma pessoa a comandar os destinos da carroça, ou do automóvel. <br />
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Ou seja, além das indústrias ligadas ao desenvolvimento da tecnologia, haverá sempre emprego para o motorista. E digo isto tanto no sentido literal como metafórico. Se pudesse resumir diria: quem é que repara a máquina que repara a máquina se não houver máquina para reparar a máquina ? Há sempre o criador da máquina.<br />
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Pergunte-se porque é que ainda hoje, com todos os computadores, as linhas de metro e comboio são vigiadas por humanos e as carruagens são "conduzidas" por humanos. Em bom rigor podia ir sem tripulação - aquilo vai sobre carris, o que é que aquilo tem de difícil para um computador ? Nada. Mas se as coisas correm mal ao computador, tem de lá estar alguém para tomar uma decisão, reagir, activar o meio mecânico, à moda antiga, para nos salvar a nós todos. Ou pura e simplesmente para tomar uma decisão que "sai do sistema", e que se inclui na esfera da política.<br />
<br />
Os clubes de vídeo, tema recente da actualidade, por exemplo, estão condenados a deixar de existir. Mas agora há empregos na indústria da fibra óptica, dos computadores, na indústria dos conteúdos digitais, online, etc. Outro caso: há 50 anos não havia jogos de computador. Hoje já quase não se fabricam piões de madeira, mas há uma indústria fulgurante de jogos, programadores, criadores de arte digital, fabricantes de placas gráficas, etc<br />
<br />
Segundo, a própria indústria da tecnologia cria empregos: quem é que desenvolve continuamente as máquinas que nos facilitam a vida (e ao mesmo tempo revelam novas possibilidades de progredir, ou seja, novas complicações, fazendo o ciclo de inovações continuar e com isso novas necessidades de mão-de-obra especializada), seja na agricultura, nas pescas, na aviação, na confeccção têxtil, na alimentação, nas comunicações, no entertenimento, etc? Quem é que as comercializa, distribui, repara, dá assistência técnica e comercial ? <br />
<br />
As máquinas ? As máquinas não têm o imaginário humano. Poderia conjecturar aqui um cenário em que sim, mas eu sou péssimo a fazer futurologia; contudo uma certeza tenho: no dia em que isso acontecer, nós cá estaremos para ter uma ideia melhor (ou seja, não acredito nada que as máquinas venham a ter o nosso imaginário). Afinal somos nós que criamos as máquinas e as aperfeiçoamos.<br />
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Mas acima de tudo, acreditar que a tecnologia nos vai roubar os empregos é acreditar que quando esse dia chegar, o ser humano e tudo o que nos rodeia chegou ao limite da transformação, da evolução, da criatividade. E isso é negar toda a história que temos para trás e toda a lógica que subjaz à existência "tout court". É a criação ultrapassar o criador, em todos os sentidos. E isso é uma subversão da lógica impossível, no meu entender.<br />
<br />
Felizmente, (penso que) está enganado.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-61159081004769494762010-05-04T01:37:00.001+01:002010-05-04T04:31:57.677+01:00Hmmm... cheguei à seguinte conclusão:Não posso divorciar-me deste blog!<br />
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Parece que nunca cheguei a casar-me. Isto no início era um namoro, depois passou a união de facto e, como eu entendo que o casamento é uma instituição obsoleta e contrária à natureza humana (isto vai dar um post um dia destes para explicar melhor), eu nunca me poderia ter casado em primeiro lugar.<br />
<br />
Portanto, dito de outra forma, o que vai acontecer é o seguinte, "business as usual" (ou seja, quando me der na telha), porque uma união de facto é dinâmica e não há cá obrigações impossíveis de cumprir, apenas bom senso e responsabildidade, mas aviso já que vou alterar o design de uma ponta à outra, porque esta coluna de texto, por exemplo, é muito estreita e tudo o resto é uma adaptação simplória de um template básico pré-fabricado pelo equipa do blogger.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-90578272068668473852010-04-12T23:23:00.003+01:002010-04-15T00:28:02.164+01:00Vou divorciar-me deste blogFoi bom enquanto durou, mas o propósito está preenchido.<br />
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Esta foi mais uma etapa na progressão do discurso, na argumentação, na troca de ideias. Um agradecimento especial a todos os frequentadores assíduos desta casa, e uma saudação geral a todos os que por cá passaram. Este blog, agora arquivo, fica à vossa disposição <i>ad eternum</i>, ou até apetecer ao <i>blogger</i> ou a mim :D<br />
<br />
O novo blog, a ser criado brevemente, será divulgado <b><a href="http://rctyler.blogspot.com/">aqui</a></b>. (Já criado)<br />
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Aqui fica um "até já" dinâmico:<br />
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<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/jxczVhG0os8&hl=en_GB&fs=1&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/jxczVhG0os8&hl=en_GB&fs=1&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-33621208232155447122010-03-19T03:04:00.001+00:002010-03-19T03:04:26.195+00:00Pessoal, eu tenho a solução para tudo!<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/_SjBdVYG9ms&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/_SjBdVYG9ms&hl=pt_PT&fs=1&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-90353056947228040412010-02-28T03:06:00.001+00:002010-02-28T03:07:10.336+00:00A bit of british humour for the weekendWith some of the best:<br />
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<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/N8qw3oWvDpo&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/N8qw3oWvDpo&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />
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<object height="344" width="425"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/qvijJTjZ8Rg&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/qvijJTjZ8Rg&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br />
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<object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/G-eQqnf_COM&hl=pt_PT&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/G-eQqnf_COM&hl=pt_PT&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-10306839777441020872010-02-24T00:41:00.003+00:002010-02-24T01:02:03.541+00:00Notícia é notícia, crónica é crónicaNão sei se há rancores ou outra coisa qualquer no meio, mas o que é certo é que a crónica de Mário Crespo sobre a conversa em que o PM o terá apelidado de "problema a ser resolvido" contém em si uma notícia. <br />
<br />
E essa notícia não foi sujeita a contraditório. Mário Crepso, como jornalista, tem obrigação de saber isso.<br />
<br />
Se toda a gente está satisfeita por saber que de facto a conversa existiu, porque já foi confirmada por duas pessoas - uma do Governo, Pedro Silva Pereira, e a outra da Sic, Nuno Santos ? Claro.<br />
<br />
Porquê ? Porque nos ajuda a perceber melhor que é o nosso PM nos bastidores.<br />
<br />
Se todos acham estranho que o ministro tenha dito que o que vem dito na crónica é uma história mal contada e Nuno Santos tenha dito que não estava na mesma mesa com o PM, mas que a conversa não foi bem como Mário Crespo conta, sendo que nenhum destes dois - ministro e Nuno Santos, tenha dito afinal o que se passou e se Mário Crespo é afinal um problema a ser resolvido ou não ? Claro que todos acham isso estranho.<br />
<br />
E o que Nuno Santos disse é no mínimo intrigante: então ele diz não estar na mesma mesa que o PM e ainda assim ouviu a conversa para poder dizer que não foi bem como se diz ? Ou é uma verdade formal (em vez de uma mesa, serem duas encostadas uma à outra, ou seja, o mesmo almoço), o que me parece estúpido, porque deve haver mais testemunhas, ou então de facto ele estava noutra mesa, ou seja, não estava a almoçar com o PM (mas nesse caso porque é que não o disse categoricamente ? Estranho.), o que me parece uma grande coincidência - mesmo lugar, mesmo dia, mas ainda assim é possível, o que quer dizer que a conversa do PM foi tida num tom bastante alto para que alguém noutra mesa, como Nuno Santos, pudesse ter ouvido ao pormenor - e desdizer Mário Crespo.<br />
<br />
Se toda a gente acha que isto necessitava de ser melhor explicado ? Claro. Se pela "gaguez" inusitada de Pedro Silva Pereira, que não negou a conversa nem o assunto (porque deve haver mais testemunhas) alguém tem dúvidas de que o PM insultou Mário Crespo ? Não me parece que haja dúvidas. Se alguém quer admitir isso em público ? Pois, resposta óbvia. Se ele disse que o homem era um problema ? Talvez. Um problema a ser resolvido ? Parece que não, a fiar nas palavras do ministro e de Nuno Santos. Mas também nunca se vai saber. E fiar nas palavras de quem está a esconder algo, mesmo que seja uma conversa 'privada em voz alta', é no mínimo arriscado.<br />
<br />
Posto isto, em princípio foi isto que se passou, sem que haja confirmação oficial.<br />
<br />
Agora, separando o trigo do joio, a crónica de Mário Crespo não foi publicada no jornal onde habitualmente era publicada, e muito bem, digo eu. Notícia é notícia, crónica é crónica.<br />
<br />
Notícia relacionada de hoje do Diário Económico: <a href="http://economico.sapo.pt/noticias/director-do-jn-cronica-de-crespo-era-coscuvilhice_82281.html">http://economico.sapo.pt/noticias/director-do-jn-cronica-de-crespo-era-coscuvilhice_82281.html</a>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-12854825517956082872010-02-20T22:33:00.000+00:002010-02-20T22:33:08.900+00:00Pois éHugo Chavez, sabes o que és ? Blah, blah, blah, blah. É isso.<br />
<br />
<a href="http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10701156.html">Venezuela: Caracas fez uma encomenda à GE para combater crise eléctrica</a>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-11486226622352316992010-02-14T19:37:00.007+00:002010-02-14T19:54:47.919+00:00Dias para celebrar: todosEsta tradição comercial de celebrar datas deveria ser filtrada e algumas deviam deixar de existir. Aliás, em bom rigor, todas as datas que se celebram são marcos simbólicos, nada impedindo que se celebre determinado evento em qualquer dia do ano, mas reconheço que algumas fazem sentido por razões de ordem logística. Proponho que permaneçam as seguintes:<br />
<br />
- as ocasiões solenes em que se relembram as vítmas de uma guerra, as revoluções, etc, porque há que combinar uma data oficial em que se possam juntar os familiares e as figuras de Estado;<br />
<br />
- o carnaval, porque é necessário organizar todo o cortejo e é preciso planificar, e por uma questão de clima - daí ser uma estupidez querermos celebrar em Portugal o carnaval do Brasil em vez de homenagearmos o de Veneza, mas enfim..., de resto, pode-se ser folião o ano inteiro, não dá é para fechar avenidas todos os dias.<br />
<br />
- a celebrar na própria data quando acabamos um curso, ou em que obtemos a famigerada carta de condução, entre outras datas de relevo. <br />
<br />
Aliás, se formos esmiuçar, porque é que não celebramos o décimo aniversário da obtenção da carta de condução ? Porque não é assim tão importante quanto isso, pois não ? Mas podemos sempre lembrar esse momento. Mas se fosse importante, como o são outras datas, porque é que só as celebramos em determinado dia ? É porque somos desleixados e precisamos de um dia fixo para nos lembramos de nesse dia não sermos hipócritas e darmos, muitas vezes só em aparência, a importância devida a determinado evento ? Ou é por a data só ter um nível de importância para a celebrarmos apenas um dia por ano ?<br />
<br />
Agora celebrar o amor ? Se o amor existe entre duas pessoas é para celebrar todos os dias; celebrar o dia dos namorados é a coisa mais rotineira que se deve evitar, por mais espectacular que seja a criatividade dos namorados. Um dia em que está programado ser-se espectacular e inesperado sempre é melhor do que um dia em que se é somente moderadamente inventivo, mas não deixa de ser um dia "marcado para" e isso retira logo metade da espontaneidade. <br />
<br />
O amor não é uma obrigação, não se compadece com dias marcados. Amem-se nos dias em que há amor no ar, discutam quando for caso disso, façam o que têm a fazer, de acordo com o que sentirem, quando o sentirem. <br />
<br />
<br />
Outras idiotices:<br />
<br />
- celebrar o aniversário. Aquele dia em que as pessoas que quase não falam connosco (ou não falam de todo) no resto do ano, têm uma data apontada na agenda para nos telefonar, nos mandar uma sms, um "parabéns" no Facebook, ou por <em>e-mail. </em>O dia em que celebramos o facto de termos completado mais um ano; um marco como outro qualquer, igual ao facto de todos os dias completarmos mais um dia em que estamos vivos, e que, se aproveitarmos a vida, celebraremos todos os dias em que nos sentirmos felizes (esperemos que a maioria dos dias), da forma que conseguirmos, dependendo essencialmente do facto de fazermos por isso; celebrar é antes de mais um estado de espírito. Ao contrário de datas de Estado, o nosso dia de anos só por acaso é feriado, e os nossos familares poderão não ter disponibilidade para vir ter connosco nesse dia, portanto não se justifica sequer esse dia. <br />
<br />
Quem nos quer bem, quem gosta de nós, celebra connosco o facto de estarmos vivos todos os dias; as prendas são outra idiotice. Ofereçam-se prendas quando quiserem, pensem nos vossos amigos, maridos, mulheres, filhos, irmãos, etc a propósito de um livro que virem numa livraria, de um disco que ouvirem e se tiverem disponibilidade financeira, porque não comprar e oferecer nesse dia, ou assim que puderem ? Para quê esperar por uma data para "ligarmos o interruptor" ? O interruptor não devia estar sempre ligado ? Não digo para andarem a oferecer presentes a toda a gente quando se lembrarem lol, não é ir à bancarrota, é mais no sentido da espontaneidade, do momento não ser fixo. E nem tem de ser uma prenda no sentido de ser um objecto comprado; pode ser uma carta, um postal escrito com uma mensagem, um telefonema, um e-mail, um cafuné, um sorriso. Não criem expectativas com coisas materiais em datas fixas. São logo duas coisas erradas, e infelizmente enraizadas na cultura.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-89006980686411870082010-02-14T00:54:00.004+00:002010-02-14T18:37:07.227+00:00António Costa não quer substituir o PM<a href="http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1494519">Segundo o DN</a>, António Costa diz que ""está absolutamente fora de causa" abandonar a Câmara de Lisboa para exercer funções governamentais."<br />
<br />
Segundo o diário, António Costa diz que ""Em primeiro lugar, não é necessário substituir o chefe do governo. Em segundo lugar, estou impossibilitado de o fazer porque tenho um compromisso com a cidade", disse António Costa aos jornalistas quando confrontado com a possibilidade de assumir o lugar de Sócrates."<br />
<br />
Será que estes políticos não aprendem que não se deve dizer "nunca" ? Reparem ali ao lado, Paulo Rangel que dizia no dia 29 de Outubro que não, categoricamente, e agora é candidato à liderança do PSD.<br />
<br />
Na política tudo muda e umas nuances fundamentais nas perguntas dos jornalistas talvez surtissem pelo menos um desconforto no Dr. António Costa para dar a resposta que interessa de modo frontal - sugiro que se pergunte ao Dr. António Costa se está disposto a avançar para a liderança do PS em caso de dissolução da Assembleia da República e consequentemente "candidatar-se" a PM., em novas eleições. Não foi ele que hoje, na mesma ocasião já sugeriu que a oposição apresente uma moção de censura ? Afinal, nas palavras dele não é necessário substituir o chefe do governo... talvez seja é preciso substituir o governo todo, mediante eleições que legitime quem se seguir a José Sócrates.<br />
<br />
Vamos lá ter juízo, todos sabemos que ninguém quer pegar num governo sem maioria absoluta no pântano (outra vez) em que estamos, habilitando-se a ficar com a imagem desgastada e sem levar para casa qualquer mérito por ter aguentado o barco (se é que é possivel fazê-lo).<br />
<br />
Ninguém quer ter a ingrata tarefa de ser o Santana Lopes, versão 2.0. Só eleições em Maio resolvem este problema. E Santana Lopes, parecendo que não, tinha uma maioria absoluta parlamentar, com a coligação com o CDS; este PS nem isso tem a seu favor. E claro, o PSD/CDS de então caiu por muito menos, e não vai ser a conjuntura difícil que vivemos que vai impedir as eleições; porque se mal estamos, pior vamos ficar se nada se fizer e continuarmos com o clima político insuportável a médio prazo em que a oposição é que governa, portanto, dos dois males, venha o menos mau, que possibilite a mudança para melhor. <br />
<br />
Se os pequenos partidos, que conseguiram um excelente acréscimo no número de deputados não estiverem dispostos a irem a eleições com medo de os perder, só mostram o quão egoístas são e o quanto desprezam o povo que representam. Vai ser interessante observar qual vai ser a saída prática para tudo isto.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-52982418088627753212010-02-13T04:01:00.007+00:002010-02-14T18:39:15.046+00:00Por onde é que se começa ?Por onde é que se começa o quê ?, perguntam vocês.<br />
<br />
- A construir um país com regras que funcionem, com um povo bem formado, sem invejas, tricas e mexericos, teorias da conspiração, arrogância, prepotência, ambição desmedida, irreponsabilidade e incompetência. Não me considero um idealista, nem um pessismista, tudo o que eu disse acima é sempre <i>cum grano salis; </i>gostava de uma sociedade melhor, não perfeita que isso não existe, mas será que é pedir muito ? É. Porque não se pede, faz-se, constrói-se, ao longo de anos, décadas.<br />
<br />
O dia de hoje e a última semana foi exemplar para analisar o estado a que chegou o país. Alguns exemplos:<br />
<br />
- Alberto João Jardim <a href="http://publico.pt/Pol%C3%ADtica/jardim-compara-portugal-a-sicilia_1422583">diz</a> que noutro país como Inglaterra o P.M. já teria sido substituído e que este país mais parece a Sicília, esquecendo-se do que se passa na "sua" ilha, sob sua governação. Quem critica e não dá o exemplo, não deixa de ter razão no que diz, mas fica mal na fotografia por comparação;<br />
<br />
- Henrique Granadeiro, presidente não executivo da PT, diz à revista Visão que se sente "<a href="http://aeiou.visao.pt/granadeiro-sentiu-se-encornado=f547897">encornado"</a>, se algo foi feito nas suas costas, um termo que não abona a favor da seriedade que se pretende de quem exerceu e exerce um cargo de relevo na PT, além da seriedade do assunto, que o visa a ele também; não bastava a Manuel Pinho fazer, Granadeiro tinha de o dizer;<br />
<br />
- Paulo Rangel, candidato supresa à liderança do PSD, tanto que Manuela Ferreira Leite s<a href="http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=162471">ó o soube no dia em que o próprio o anunciou</a>, ainda por cima por SMS, tinha dito perante as câmaras em 29 de Outubro passado que declarava peremptoriamente que não se candidataria à presidência do PSD: "<i>"Eu digo aqui, peremptoriamente, que não estou nessa corrida </i>[para a Presidência do PSD]" e acrescentou que <i>"não faria sentido, neste momento, que eu me candidatasse à liderança deixando o Parlamento Europeu. Eu acho que os eleitores não compreenderiam isso, seria um mau sinal dado à democracia."</i>.<br />
<br />
Paulo Rangel tem um discurso persuasivo, acutilante, agressivo, mas depois <a href="http://cibertulia.blogs.sapo.pt/1316287.html">esquece-se se chegou a assinar o cartão de militante do CDS nos idos de 1993-97</a>, quando já tinha, pelo menos, 25 anos. Não sei se o acto de uma pessoa se tornar militante de um partido político é um acto tão banal como lembrarmo-nos da cor do ticket da lavandaria ou como calçar umas meias, mas suspeito que para o comum dos militantes seja uma acto de que se recordem, pelo simbolismo das ideias fundamentais em que acreditam e com que gostariam de ver o país governado, além do que porque com o cartão de militante vêm direitos e deveres, algo que uma pessoa licenciada em direito, com obra publicada já em 1994, devia dar alguma importância; já para não falar dos inconvenientes da memória selectiva...<br />
<br />
- Ana Gomes, do PS, dispara em todas as direcções no blog Causa Nossa, <a href="http://publico.pt/Pol%C3%ADtica/rui-pedro-soares-e-fraquinho-no-discernimento-diz-ana-gomes_1422480">alterando posteriormente à sua publicação</a>, segundo o jornal Público, <a href="http://causa-nossa.blogspot.com/2010/02/boys-will-be-bois.html">este post,</a> que continha originalmente insultos como apelidar Rui Pedro Soares (que interpôs a providência cautelar contra o sol) de "atrasado mental". Lá porque o senhor exerceu o seu direito e ainda por cima sem ainda se saber bem qual era o conteúdo do pedido feito na providência cautelar, isso não lhe dá o direito (à Ana Gomes) de o insultar em público, como o fez. Pessoas que agem assim não honram o lugar de destaque que têm, por muito humano que o comportamento possa ser, há formas e formas de criticar; o direito à indignação é pertença de todos, mas há que saber exercê-lo convenientemente, e tendo em conta os cargos de relevo que se exercem. Como é o caso de Ana Gomes.<br />
<br />
- José Sócrates continua refugiado nas verdades formais, sem esclarecer cabalmente o povo. Dizer uma frase de um modo que não o compromete e lhe deixará a consciência mais tranquila, é estar a mentir a si próprio e a ocultar factos aos portugueses. Será que por uma vez o PM pode afrontar as acusações que lhe são feitas com uma resposta cabal ? Ou será que quer perpetuar a desconfiança, que, bem ou mal, uma data de episódios mal explicados, jamais vistos num qualquer outro PM em Portugal ainda por cima ao mesmo tempo, ajudaram a construir ? Perpetuar, arrastar um clima de surdez e repostas selectivas é tão perverso como o ruído mediático que se faz à volta deste circo. Para o "gestor" do país, este comportamento é irresponsável, pois prejudica cá dentro e lá fora.<br />
<br />
Em Portugal parece que ou é tudo com paninhos quentes e ninguém faz nada, ou é tudo à gritaria, insultos, autêntico circo mediático e... ninguém faz nada.<br />
<br />
<span class="text_exposed_hide">O</span><span class="text_exposed_show"> ruído em que vivemos é tal que há quem já não consiga ler a direito, em parte porque já se deixou enredar pela voz simplista das manchetes e tirou as suas conclusões ("país de ladrões!"), em parte porque já não há paciência nem tempo para tamanho chorrilho de sugestões e insinuações sempre incompletas e inconclusivas, que invariavelmente nos deixam nas suposições. </span><br />
<br />
<span class="text_exposed_show">Tudo tem uma leitura política, até se quer que as decisões judiciais a tenham, e Portugal parece mais um processo de intenções relativista, em que nada acontece, apesar de tudo o que é mais escandaloso parece acontecer, do que propriamente um país. Ninguém sai ileso disto e os políticos não podem ficar por verdades formais, e o povo (NÓS) deve exigir que seja dado aos tribunais todo o reforço que precisar para dar prioridade a processos como estes. </span><br />
<br />
<span class="text_exposed_show">Porque parecendo que não, no meio político ninguém leva a sério a justiça, e muitos responsáveis fizeram, por incompetência ou propositadamente (nunca se saberá) por que isso se fosse evidenciando cada vez mais aos olhos da população, que agora partilha do mesmo sentimento. Já não há respeito, porque o respeito merece-se, e não foram dadas condições à justiça nas últimas décadas para que ela possa merecer esse respeito. E sem isso cai um dos pilares da democracia.</span><br />
<br />
<span class="text_exposed_show">Será que nós somos geneticamente um povo de baixa qualidade ? </span>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-61605163811206869172010-02-09T02:06:00.001+00:002010-02-09T02:14:44.367+00:00Se esta senhora chegar a conseguir condidatar-se à presidência dos EUA o mundo está doido e sem esperançaOlha quem é ela, a Sarah Palin, aquela senhora que escreveu um livro e que já não é gonvernadora do Alaska e que... escreve as ideias fundamentais na mão, tal como os alunos que cabulam nas matérias de que não gostam, para as quais não têm jeito e das quais nada percebem...<br />
<br />
Link do Público para a notícia e o vídeo:<br />
<a href="http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=0a36c6b9-3d87-487f-8c7b-4a4289d2adc7">http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=0a36c6b9-3d87-487f-8c7b-4a4289d2adc7</a><br />
<br />
Link do Huffington Post para a fotografia, comentário sarcástico e análise da CNN entre outros:<br />
<a href="http://www.huffingtonpost.com/stefan-sirucek/did-palin-use-crib-notes_b_452458.html">http://www.huffingtonpost.com/stefan-sirucek/did-palin-use-crib-notes_b_452458.html</a>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-12866134249679360492010-02-09T01:17:00.002+00:002010-02-09T01:18:51.054+00:00No mercado dos ricos tudo na mesmaA chamada para a notícia do <a href="http://jornal.publico.clix.pt/noticia/06-02-2010/pela-primeira-vez-nao-se-sabe-para-onde-foi-o-homem-de-giacometti-18742769.htm"> Público</a> diz-nos apenas que uma famosa escultura - o Homem que Caminha, de Giacometti - foi arrematada num leilão da Sotheby's e está agora nas mãos de um desconhecido. Mas isso não é bem o mais importante.<br />
<br />
O que a notícia não tem na chamada e para isso é preciso ler a dita, é que a escultura foi arrematada por um valor astronómico - 74,1 milhões de euros, devido a uma "luta" entre dez (DEZ) licitantes, que elevou para mais do triplo o valor máximo inicial estimado, tornando-se a<b> peça leiloada mais cara de sempre</b>.<br />
<br />
E mais, a paisagem intitulada "<span id="ctl00_ctl00_ContentPlaceHolder1_NewsDetail_text">Igreja em Cassone", de Gustav Klimt, foi adquirida no mesmo leilão por mais de 30 milhões de euros, o dobro do valor estimado.</span><br />
<span id="ctl00_ctl00_ContentPlaceHolder1_NewsDetail_text"><br />
</span><br />
<span id="ctl00_ctl00_ContentPlaceHolder1_NewsDetail_text"><br />
Confirma-se, em tempos de crise, os ricos estão lá em cima.</span>Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-7513346586756759332010-02-02T01:55:00.001+00:002010-02-02T01:57:57.515+00:00"Vences-te", "fizes-te", mas o que raio se passa com esta gente ?Ler os comentários em variados sítios na Internet, sejam eles jornais, facebook, ou o que seja, leva invariavelmente à constatação da qualidade da escrita de uma grande parte da população que já tem o mínimo de literacia digital, mas que vem para aqui dar pontapés na gramática.<br />
<br />
E o curioso é um dos erros frequentes ser justamente o que citei no título do post. Parece-me daqueles erros típicos de quem escreve como ouve e nunca se preocupou em ler estas palavras escritas no papel com o mínimo de atenção (já não digo prestar atenção às aulas e aprender as regras que lá são ensinadas).<br />
<br />
E é assim que se constrói um sistema educativo pelo telhado. Os miúdos agora têm Magalhães e telemóveis, mas não sabem escrever. E os papás e mamãs não parecem preocupar-se com isto. Presumo que muitos comentários que leio sejam provenientes deles.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2959556025078525802.post-90664609823048092232010-01-30T23:01:00.000+00:002010-01-30T23:01:07.454+00:00O mundo é muito pequenoQuer dizer, o mundo português, claro.<br />
<br />
Vem isto a propósito de umas pesquisas que tenho feito pelos "amigos" que tenho no facebook e pude constatar que pessoas que nunca julguei conhecerem-se de parte alguma, afinal têm elos de ligação (pensava eu que improváveis) que porventura o permitirão.<br />
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O Facebook é uma caixinha de surpresas... perdão, a vida é uma caixinha de surpresas, o Facebook só facilita (e bastante) a constatação desse facto.Aníbal Meireleshttp://www.blogger.com/profile/09388700315656840954noreply@blogger.com4