Eu bem queria desanuviar, pensar bonito, passear pelas palavras, teorizar as cores, os amores, os personagens.
Eu bem queria estar ali, acolá, acoli.
Eu bem queria soltar-me das amarras que me prendem à terra e voar pelos ideais, pela música, pelas paisagens de pôr-do-sol num cenário de viagem automobilística por uma estrada desenhada no campo.
Por entre árvores e adjacentes campos de silvas a entrecortar o romântico cair da tarde, enquanto distraio a mente pelos raios de sol que vejo cruzarem o meu futuro caminho no alcatrão. O meu destino pode esperar por este momento.
Olho pela janela na direcção oposta ao sol e vejo o seu reflexo nas árvores que ladeiam a estrada, nos extensos campos e nas montanhas ao longe, reflectindo a sua energia, presenteando-me a existência com a definição de felicidade.
Eu queria... mas o país está oficialmente podre...
E é por isso que vou.
Vou fazer tudo o que disse acima.
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4 comentários:
Ó homem, a escreveres assim, cresce-me a vontade de que nunca mais voltes a saber o que escrever!
Fiquei deliciada.
Repara bem como te soltaste das amarras que julgavas prenderem-te! Repara como viajaste por dentro de ti e foste capaz de te partilhar connosco!
Acho que é a primeira vez que sinto, por aqui, claramente expressa, a tua verdade interior.
Vivam as pausas partilhadas!
Um beijo grande grande, como é "grande" este teu post
P.S. Realmente, o país precisa que lhe voltemos um bocadinho as costas - para ver se aprende...
Aníbal
"Não sei o que escrever...". Foi este o título que deste ao teu post????? . Então o que viria aí se realmente soubesses. Adorei o que escreveste, a maneira simples e ao mesmo tempo tão profunda como o fizeste. Senti que veio de dentro, das profundezas de um lugar teu que ainda não tinhas revelado aqui. Confesso que até fiquei um bocado comovida, mas eu sou um bocado piegas...
1 beijinho
Não sabes o que escrever? então continua assim, please!
São estes "pulos" gigantes que nos abrem a alma em pedaços, e da aparente falta de vontade... nascem palavras fortes, intensas... que enchem outras almas... é em cadeia...
Continua, já me recostei na cedeira, continua...
Margarida, Rute, Clarice: obrigado :)
Senti quando o estava a escrever, mas vindo de vocês é especial, é como que uma energia que as palavras transportam e fazem chegar o significado intacto até ao destinatário.
É raro estar assim. Sentir, neste mundo, começa a ser difícil de suportar. Pelo menos para mim. Mas vou tentar.
O lugar está bem fechado à chave... às vezes já nem eu me lembro do que lá guardo.
Rute: Comovido fiquei eu também com a vossa reacção. Não me levem a mal por estar a responder só agora. Pode parecer mal educado, e talvez até seja, mas na altura não sabia o que dizer.
Beijos
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