O Michael Phelps, aquele moço avantajado, mas nem por isso muito bonito, é apenas um rapaz muito, muito esforçado, dotado de um corpo com uma forma dinâmica para a água, e cuja técnica aperfeiçou ao longo dos anos, com muitas horas de trabalho na piscina todos os dias.
Conseguiu suplantar os seus pares, mas se calhar também se viu privado de muita coisa a nível social para poder chegar onde chegou. Depois de todas as medalhas, e com apenas 23 anos, foi 'apanhado' na sua juventude, ávida de experimentar e socializar, a beber quiça em demasia, e sacrilégio dos sacrilégios, a fumar um cachimbo de Marijuana.
Andam todos agora a fazer um grande alarido, porque o rapaz é um exemplo para os miúdos que querem ser como ele, a Kellogs's não lhe renovou o contrato de patrocínio e a Subway está a pensar fazer algo parecido.
Do outro lado estão os hipócritas que dizem que os que se estão a afastar dele são hipócritas.
Tudo normal direi eu. O que interessa é que o rapaz não cometa muitos excessos na vida, continue saudável, e principalmente, não seja apanhado em festas públicas com atitudes daquelas.
As grandes personalidades não deixam de o ser por terem cometido uns pecados enquanto jovens. A reacção de todos neste episódio é compreensível: os patrocinadores não se querem associar activamente a um comportamento destes e portanto fazem-no saber.
Depois da poeira assentar, depois de a opinião pública esquecer e depois de o Michael dar provas de que está de volta no bom caminho, tudo volta ao normal. Alguns dos espectadores desta cena acham que isto é um exagero, que até o Obama admitiu ter experimentado quando era jovem, e etc.
Se calhar são as mesmas pessoas que viriam dizer que se ele o fizesse agora não tinha condições para ocupar o cargo que ocupa.
É tudo uma questão de perspectiva e do lugar que se ocupa em determinado momento. o Michael Phelps teve o azar de ser apanhado, e teve o 'azar' de ser uma referência para muitos jovens, apesar de ser ele próprio ainda um jovem. Contingências!
Será ele mais um a constar da galeria do famoso site The Smoking Gun, onde já constam o Bill Gates, o Larry King, o Frank Sinatra, entre muitos outros ? Todos cometemos erros.
Actualização:
O Xerife não encontrou provas e o Michael safou-se. A fotografia em si não prova o que ele estava a fazer, se estava mesmo a fumar e o que é que estava no cachimbo. E as declarações do Michael sobre o assunto foram vagas, pedindo desculpa pela atitutde, mas sem dizer qual.
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5 comentários:
"Hipócrisia ou nem por isso", é este o nome que dás ao teu post. Na minha modesta opinião, a parte do "nem por isso" era dispensável. Há uma grande hipocrísia nesta história toda, na medida em que os patrocionadores são apenas movidos por interesses económicos e nada mais. O facto de o moço ter bebido e fumado o que não devia pouco ou nada lhes interessa pessoalmente. Não tivesse sido ele apanhado com a boca na botija e o assunto não viesse a público,o caso ser-lhes-ia totalmente indiferente.
Em relação à atitude, ao comportamento em si, também não me parece nada de especial para um rapaz da idade dele. Não " chutou pá veia", não agrediu ninguém, nem verbal, nem fisicamente. Ao fim e ao cabo, a única coisa que fez foi divertir-se um bocado depois de ter dado o litro e de ter passado vários anos da sua vida a privar-se de quase todas as coisa que os jovens da sua idade fazem, com o intuito de atingir um objectivo nada fácil. Esta sua postura na vida é que é de louvar e que tem que ser valorizada e mostrada como exemplo, O resto são tretas e falsos moralismos. Não se esqueçam que se não existirem notícias destas, a imprensa está lixada!
Rute ? És mesmo tu ? Gostei de ver a tua faceta aguerrida, exclamativa! Sempre foste tão moderada por estes lados digitais, que foi uma surpresa de repente ler-te assim por aqui. Gostei!
Concordo plenamente contigo, aliás acho que o jornalista que apanhou a fotografia não deve ter gostado muito do trabalho que estava a fazer (dando de barato que ainda há alguns jornalistas com bom senso e com alguma noção do razoável), o Michael Phelps de facto não fez nada de mais, a não ser para os falsos puritanos, mas neste post tentei colocar-me também na "pele" corporativa das empresas, e , embora compreenda que se possa dizer que é hipócrita da parte dessas empresas fazerem o que fazem, por outro, não vejo que outra atitude poderiam ter. Quer dizer, poderiam ficar como a CGD ficou em relação ao Scolari, que foi cancelar as campanhas publicitárias, mas manter "no background" o contrato.
É que deixar a coisa andar ia suscitar, eventualmente por parte de alguns jornalistas menos escrupulosos, a questão junto dos patrocinadores, criando uma situação embaraçosa, até porque naquele estado parece que é crime o que ele fez. Algumas das autoridades disseram que não iam investigar porque não sabiam ao certo onde aquilo se tinha passado (isto é, deram no fundo um desconto ao Michael, deixando passar esta), mas há um Xerife que diz que vai investigar. Portanto, acabar por ser uma situação com alguma dose de hipocrisia, mas é delicada de resolver. Se calhar a Kelloggs até continua de forma não oficial a dar-lhe dinheiro! Lol
Todos cometemos erros e não é só na juventude... E aquilo que o rapaz fez... era só tê-lo feito com discrição! É uma questão de se ensinar o significado da palavra aos jovens e eles serão livres para fazerem até muito mais do que imaginam...
Mas... hipocrisia não. A vida é assim. Há certas regras, bolas! E até convém não alegar o seu desconhecimento (e 23 anos já não é infância!).
Mas eu também infrinjo regras. Quero é ver quem é que me apanha!...
Não vale a pena andar a chamar hipócrita a toda a gente. Melhor será APRENDER A VIVER!
Desculpa Aníbal, mas vou dar aqui uma palavrinha à Margarida. Bjinhos
Então para ti a questão que aqui se coloca não é se o Michael agiu correctamente ou não, mas sim se ele sabe esconder aquilo que não é politicamente correcto. São duas questões completamente diferentes. Talvez ele ainda não tenha idade para já ter adquirido essas artimanhas porque, se é verdade que ele já não é uma criança, é igualmente verdade que ainda é um adulto muito jovem. Ainda não terá aprendido a arte de bem enganar " a outra gente". Sorte a dele!
Bem... posso, Meireles? Obrigada.
Comadre Rute:
Por que tabela é que eu estou a levar?!
É verdade que tu escreveste "Em relação à atitude, ao comportamento em si, também não me parece nada de especial para um rapaz da idade dele. (...) Ao fim e ao cabo, a única coisa que fez foi divertir-se um bocado..." e, nestas afirmações, estás a mostrar um juízo de valor sobre o facto em causa.
Mas também escreveste "O resto são tretas e falsos moralismos. Não se esqueçam que se não existirem notícias destas, a imprensa está lixada!" - onde opinas sobre a reacção de uma facção da sociedade em que, o mais certo é haver muita gente que faz o mesmo, mas dá muito jeito "falar contra".
Penso que nem teremos divergido muito. Eu terei é acrescentado, relativamente ao que tu revelaste: porque estou consciente de que patrocinar não se compadece com a descrença do público (interesses económicos sempre houve e sempre haverá - parava o mundo se assim não fosse! - e, se conseguires assumir a pele de um patrocinador, talvez não vás pelo rótulo fácil da hipocrisia...); e porque me parece que é da mais elementar conveniência sabermos defender-nos nesta vida, para podermos fazer o que bem nos apetecer (se com isso não prejudicarmos ninguém - algo com o qual concordaste) sem sermos incomodados. E é de pequenino que se torce o pepino! E não me parece pequenino o Michael Phelps! Não me venham deitar poeira para os olhos, para ver se eu acredito que o rapaz ainda não teve tempo nesta vida para deixar de ser ingénuo!
Tu achas, então, que ele tem sorte em ser ingénuo!!! Mas olha que o resultado não aponta para aí! É mesmo a tua opinião! E olha que nenhum de nós (muito menos uma figura pública) tem nada a ganhar com a ingenuidade! A sociedade actual não permite esse LUXO! Pela parte que me toca, pessoalmente e em termos de transmissão de valores, tudo farei para que sempre seja preservado o direito de fazer tudo aquilo que não lesa ninguém, sem com isso necessitar de "bem enganar a outra gente". Basta 'a outra gente' não saber, sendo 'a outra gente' gente que não tem nada que saber da vida privada "desta gente"!
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