No jornal das 2 da Sic Notícias a jornalista Ana Peneda Moreira, junto ao Cristo-Rei, referia-se à "Senhora de Fátima". Pensei: é parva. Depois pensei: é inteligente. Quem é agnóstico/a ou ateu/eia, dirá "Nossa Senhora de Fátima" a que propósito ?
Há muito quem não pense! Gente distraída, talvez. Ou preguiçosa. Ou com mais que fazer. Ou (ainda) enganada. Gente que nunca tinha pensado nisto ou naquilo. Ou sem preciosismos... Todos devíamos ser como tu. Se houvesse fila, eu ia já para lá, numa tentativa de comprar uma boa dose da tua perspicácia. E da tua humildade, também. Porque primeiro chamaste 'parva' à rapariga, mas, assim que reconheceste o teu erro, deste o braço a torcer e consideraste-a 'inteligente'. Concordo com o teu ponto de vista. E ainda te digo mais: eu, que já fui praticante, com a Senhora de Fátima nunca consegui entusiasmar-me, muito menos agora... Mas sou capaz de, no gozo, apelar à "'Minha Nossa' Senhora dos Caminhos de Ferro", ou seja, o "Nossa" só é possessivo para quem sabe o que está a dizer; para quem não sabe, tanto faz estar lá como não estar. A bem dizer, um verdadeiro crente na Senhora de Fátima devia referir-se (ou dirigir-se) a ela como Minha Senhora de Fátima, a não ser que esteja rodeado apenas de crentes, como ele, e isso lhe garanta a total abrangência do "Nossa". Mas talvez não seja de descurar a hipótese de a Senhora de Fátima ter feito o milagre de, para a sua própria designação, ter conseguido a "subida de nível" do pronome a nome...
Achei imensa piada a este teu post. Palavra de honra que desatei a rir sózinha quando o li, principalmente na parte em que dizes : " É parva ". É uma observação perspicaz, de uma coisa de nada que teve imensa graça! Obrigada por estas gargalhadas que me proporcionaste, mesmo que a intenção do post não tenha sido essa :D
Ó Meireles e companhia! A (des)propósito, nenhum de vocês sabe onde posso encontrar uma imagem da Senhora de Fátima, datada do séc. XVIII (portanto, em estilo barroco)? É que acho que andam por aí uns americanos que dão uma pipa de massa por um objecto artístico com estas características!
Lady, obrigado pelas tuas palavras, até me sinto melhor do que sou.
Quanto à Nossa Senhora dos Caminhos de Ferro, se algum dia precisares de algo, eu tenho uma linha dedicada para chegar a ela, é só dizeres ;D
Concordo inteiramente contigo quanto aos "minha vs nossa"
E olha que a subida de pronome a nome é concerteza algo que muitos desejariam, pelo menos a título de costume enraizado.
Rute: foi talvez das traduções mais literais do que me passou pela cabeça. Primeiro porque não deixei passar muito tempo, depois, porque até na minha cabeça, na altura da reportagem, foi um processo de "keep it simple"
Clarice: obrigado! Observar é uma coisa que eu gosto muito de fazer :D
A Maria João Ruela no jornal da noite desse dia também usou o termo "Senhora de Fátima" Gostei de ver!
Vítor: arte sacra até tem o seu interesse. Eu pessoalmente prefiro os edifícios. Se eu pudesse ter uma catedral, dizia-te o que lá fazia. E até te digo, mas noutras paragens.
Em relação a essa Senhora de Fátima, calculo que o pronome possessivo assente que nem uma luva a muitos, crentes e não crentes. Pelo menos na vontade de a ter, claro.
Olha, infelizmente não tenho informações para ti.
A (des)propósito, um Nokia 1100 por outro lado pode chegar a valer € 25.000: http://www.thestandard.com/news/2009/05/21/investigators-replicate-nokia-1100-online-banking-hack
Lady, só não digo "mi casa es su casa" porque sou português e gosto de falar português :D Estás à vontade!
Aníbal Parece-me que esse processo do "Keep it simple" resulta!
Vítor ( Aníbal, posso, não posso?) Talvez te possa valer, tenho cá uma Senhora de Fátima de plástico, daquelas verdes florescentes. Guardo a dita senhora porque não gosto de dormir com o quarto todo às escuras... mas como é para ti, não me importo de te oferecer esta relíquia :)
Amigo Vítor, a feira de S.Pedro, em Sintra é aos segundos e quartos domingos de cada mês, já lá vi á venda senhoras das que procuras, em plástico e não só... cheiram é a farturas... dá na mesma?:)
Ai a minha vida... Posso meter-me com a Clarice, ó Meireles?
Claricezinha,
Tu nem me digas que, AFINAL, no século XVIII já havia plástico e até a dita Senhora já tinha aparecido em Fátima?! Meu Deus, preciso de uma reciclagem!!! É que deve mesmo ser isso, caso contrário não apareciam imagens dessas, fosse lá onde fosse!
Clarice, amiga, tu nem me digas também que ainda não adquiriste uma peça dessas? Olha que isso esgota, rapariga. Em Junho, passa por lá e, se houver duas, traz uma para mim, que eu arranjo-lhe aqui um lugar de destaque e coloco na parede a seguinte inscrição: "Nossa Senhora de Fátima em Plástico, moldada no séc. XVIII".
(Xi, só agora vi que a Rute já tem uma delas... Ai Jesus, credo, abrenúncio... Onde é que eu me enfio, onde é que eu me escondo, eu que estava completamente à margem deste conhecimento, afinal generalizado?!)
P.S. (para ti, Meireles) Acho uma indecência andarem a enganar as pessoas! Não quero mais saber de livros, nem de comunicação social nem do camandro, porque ficou hoje aqui provado que formam todos uma cambada de gandulos que inventa a propósito do que vem à ideia e depois faz pessoas como eu passarem estas vergonhas de andar a confundir os séculos dos moldes em plástico e da Senhora de Fátima...
Eu (os americanos, claro!), em plástico, mesmo que do séc. XVIII (ih, ih, Lady), não estou interessado, mas, já agora, será que, lá na Feira de S. Pedro, ou em outro lugar qualquer que os digníssimos confrades frequentam, alguém me conseguia arranjar uma coroa de espinhos original (do séc. I, portanto), em baquelite? Andam aí uns japoneses cheios de papel interessados num objecto desses.
O feitio da dupla personalidade esquizofrénica. Dupla imbatível na face visível da alma que anima o corpo e ao mesmo tempo tão falível.
Um e outro degladiam-se entre si na ânsia de partilhar um mundo e a paranóia do receio em dar outro a conhecer.
Entre o bom e o risível; o útil e o fútil; o pensamento e o impulso; a visão e o seguidismo; o sentimento, a mania da perfeição, da acção, do ímpeto de mudar, e a insensibilidade, o langor e a frouxidão.
O que é de cada e o que cada acha que não é seu ou não deveria ser; o real e o pensamento lateral.
Mas afinal quem é o Aníbal Meireles ?
O Aníbal Meireles é um personagem. Em homenagem ao funcionário n.º 229 dos Caminhos de Ferro do Porto, de um brilhante sketch dos Gato Fedorento.
O Aníbal convive no mesmo corpo com o primeiro-ministro e ainda outras personagens. Tal como ali, também pela blogosfera aparecerão outras personagens.
10 comentários:
Há muito quem não pense!
Gente distraída, talvez. Ou preguiçosa. Ou com mais que fazer. Ou (ainda) enganada. Gente que nunca tinha pensado nisto ou naquilo. Ou sem preciosismos...
Todos devíamos ser como tu. Se houvesse fila, eu ia já para lá, numa tentativa de comprar uma boa dose da tua perspicácia. E da tua humildade, também. Porque primeiro chamaste 'parva' à rapariga, mas, assim que reconheceste o teu erro, deste o braço a torcer e consideraste-a 'inteligente'.
Concordo com o teu ponto de vista. E ainda te digo mais: eu, que já fui praticante, com a Senhora de Fátima nunca consegui entusiasmar-me, muito menos agora... Mas sou capaz de, no gozo, apelar à "'Minha Nossa' Senhora dos Caminhos de Ferro", ou seja, o "Nossa" só é possessivo para quem sabe o que está a dizer; para quem não sabe, tanto faz estar lá como não estar. A bem dizer, um verdadeiro crente na Senhora de Fátima devia referir-se (ou dirigir-se) a ela como Minha Senhora de Fátima, a não ser que esteja rodeado apenas de crentes, como ele, e isso lhe garanta a total abrangência do "Nossa".
Mas talvez não seja de descurar a hipótese de a Senhora de Fátima ter feito o milagre de, para a sua própria designação, ter conseguido a "subida de nível" do pronome a nome...
Aníbal:
Achei imensa piada a este teu post. Palavra de honra que desatei a rir sózinha quando o li, principalmente na parte em que dizes : " É parva ".
É uma observação perspicaz, de uma coisa de nada que teve imensa graça!
Obrigada por estas gargalhadas que me proporcionaste, mesmo que a intenção do post não tenha sido essa :D
1 beijinho
Senhor Meireles, adorei esta tua observação sobre a Senhora de Fátima!
Ó Meireles e companhia!
A (des)propósito, nenhum de vocês sabe onde posso encontrar uma imagem da Senhora de Fátima, datada do séc. XVIII (portanto, em estilo barroco)? É que acho que andam por aí uns americanos que dão uma pipa de massa por um objecto artístico com estas características!
Hi, hi, hi...
A Senhora de Fátima tem mesmo poderes, ó menino Vítor... (desculpa lá o aproveitamento do terreno, Aníbal!)
Hi, hi, hi!!!
Lady, obrigado pelas tuas palavras, até me sinto melhor do que sou.
Quanto à Nossa Senhora dos Caminhos de Ferro, se algum dia precisares de algo, eu tenho uma linha dedicada para chegar a ela, é só dizeres ;D
Concordo inteiramente contigo quanto aos "minha vs nossa"
E olha que a subida de pronome a nome é concerteza algo que muitos desejariam, pelo menos a título de costume enraizado.
Rute: foi talvez das traduções mais literais do que me passou pela cabeça. Primeiro porque não deixei passar muito tempo, depois, porque até na minha cabeça, na altura da reportagem, foi um processo de "keep it simple"
Clarice: obrigado! Observar é uma coisa que eu gosto muito de fazer :D
A Maria João Ruela no jornal da noite desse dia também usou o termo "Senhora de Fátima" Gostei de ver!
Vítor: arte sacra até tem o seu interesse. Eu pessoalmente prefiro os edifícios. Se eu pudesse ter uma catedral, dizia-te o que lá fazia. E até te digo, mas noutras paragens.
Em relação a essa Senhora de Fátima, calculo que o pronome possessivo assente que nem uma luva a muitos, crentes e não crentes. Pelo menos na vontade de a ter, claro.
Olha, infelizmente não tenho informações para ti.
A (des)propósito, um Nokia 1100 por outro lado pode chegar a valer € 25.000: http://www.thestandard.com/news/2009/05/21/investigators-replicate-nokia-1100-online-banking-hack
Lady, só não digo "mi casa es su casa" porque sou português e gosto de falar português :D Estás à vontade!
Aníbal
Parece-me que esse processo do "Keep it simple" resulta!
Vítor ( Aníbal, posso, não posso?)
Talvez te possa valer, tenho cá uma Senhora de Fátima de plástico, daquelas verdes florescentes. Guardo a dita senhora porque não gosto de dormir com o quarto todo às escuras... mas como é para ti, não me importo de te oferecer esta relíquia :)
Beijos aos dois
Aníbal, posso dar uma palavrinha ao Vítor?
Amigo Vítor, a feira de S.Pedro, em Sintra é aos segundos e quartos domingos de cada mês, já lá vi á venda senhoras das que procuras, em plástico e não só... cheiram é a farturas... dá na mesma?:)
Ai a minha vida...
Posso meter-me com a Clarice, ó Meireles?
Claricezinha,
Tu nem me digas que, AFINAL, no século XVIII já havia plástico e até a dita Senhora já tinha aparecido em Fátima?!
Meu Deus, preciso de uma reciclagem!!!
É que deve mesmo ser isso, caso contrário não apareciam imagens dessas, fosse lá onde fosse!
Clarice, amiga, tu nem me digas também que ainda não adquiriste uma peça dessas? Olha que isso esgota, rapariga. Em Junho, passa por lá e, se houver duas, traz uma para mim, que eu arranjo-lhe aqui um lugar de destaque e coloco na parede a seguinte inscrição: "Nossa Senhora de Fátima em Plástico, moldada no séc. XVIII".
(Xi, só agora vi que a Rute já tem uma delas... Ai Jesus, credo, abrenúncio... Onde é que eu me enfio, onde é que eu me escondo, eu que estava completamente à margem deste conhecimento, afinal generalizado?!)
P.S. (para ti, Meireles)
Acho uma indecência andarem a enganar as pessoas! Não quero mais saber de livros, nem de comunicação social nem do camandro, porque ficou hoje aqui provado que formam todos uma cambada de gandulos que inventa a propósito do que vem à ideia e depois faz pessoas como eu passarem estas vergonhas de andar a confundir os séculos dos moldes em plástico e da Senhora de Fátima...
Eu (os americanos, claro!), em plástico, mesmo que do séc. XVIII (ih, ih, Lady), não estou interessado, mas, já agora, será que, lá na Feira de S. Pedro, ou em outro lugar qualquer que os digníssimos confrades frequentam, alguém me conseguia arranjar uma coroa de espinhos original (do séc. I, portanto), em baquelite? Andam aí uns japoneses cheios de papel interessados num objecto desses.
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