28 de julho de 2009

Coloco à discussão: a monogamia

Estava eu ontem a arrumar umas coisas quando me deparo com a capa do Diário de Notícias de 9 de Maio de 2001, que estaria certamente a embrulhar algo entretanto posto a uso.

Um dos temas de capa diz assim: "Cilada Feminina: A monogamia parece radicar-se num puro interesse egoísta: a mulher opta por um homem por necessidade de segurança e o homem escolhe uma mulher pelo sexo. Esta é a síntese de uma nova investigação, publicada na revista «New Scientist».

Relevando o facto de a chamada a negrito ser apenas relativa à mulher; por a investigação "nova" ter agora oito anos, e o facto de eu não ter o resto do jornal para poder pelo menos tentar confirmar se a síntese está bem ou mal feita, pergunto: que vos apraz dizer sobre estas perspectivas diferentes de homem e mulher ?

E aqui deixo também um texto interessante a propósito da monogamia.

4 comentários:

Guida Palhota disse...

Generalizar é do mais fácil que há!
E eu gosto pouco, embora saiba que também o faço, por vezes. Mas, especialmente, tudo o que divida homens e mulheres, generalizando, me irrita! Será por ter um marido invulgar?! Não sei. Mas sei que se eu o considero invulgar é porque passo a vida a ouvir outras queixarem-se dos seus, com acusações semelhantes, que contribuem para caracterizar os homens como "todos iguais". Mas eu não acredito nisso. Outros bons maridos haverá, que são bons homens, boas pessoas, bons companheiros...

Portanto, esta questão da 'monogamia', assim colocada, não parece senão uma afirmação machista ou de quem tem pressa em despachar o assunto e, como tal, generaliza!

Eu posso garantir-te que não escolhi 'o meu homem' (expressão beirã - pelo menos -, francamente indiciadora de sentimento de posse) por necessidade de segurança. Já era bem grandinha e segura quando nos "atracámos". Não o terei, então, escolhido por uma questão de sexo?!... É que para gerir a vida, com casa, profissão..., eu não precisava dele para nada!

E ainda por cima querem passar atestados de incapacidade às mulheres... "necessidade de segurança"?! Isso é para quem a tem e tanto podem ser mulheres como homens.

E quanto ao 'sexo'..., que mania de acharem que os homens é que gostam verdadeiramente do dito. Então, isso quereria dizer que, as mais das vezes, as mulheres estão contrariadas no acto, quiçá a cumprir uma obrigação, queres ver...

Pois então, a monogamia é um assunto como qualquer outro e não deve envolver generalizações que distingam homens de mulheres. À partida, sendo apreciadora da "oferta", posso considerar que é difícil não ter vontade de experimentar diferenças. Mas, "à chegada", tendo experimentado bastante antes de me decidir, ainda me sinto saciada!!! E satisfeita com a escolha.

Agora, cada caso (como cada casal) é um caso e tudo o que acontece numa relação conjugal, por aparentemente semelhante com aquilo que acontece noutra, pode ser incrivelmente distinto.

Há muitos casais que lidam muito bem com a poligamia, por exemplo.

Penso que é importante não rotular e, sobretudo, aprender a ser feliz, numa atitude de franqueza e "negociação" com o parceiro.
Haja sinceridade, diálogo franco e tomadas de decisão. Sejam elas quais forem. O mais importante é combinar e não magoar. O resto é com cada um...

Rute disse...

Olá Aníbal

Confesso que não li o texto em ingês porque estou morta de sono e esse feito iria levar-me imenso tempo!Vou basear-me só naquilo que postaste para dar a minha opinião.

Não concordo com nenhuma das duas frases sobre os motivos porque se casam homens e mulheres. Dúvido que isso seja resultado de algum estudo ciêntifico... E depois também não estou a ver como é que os ditos motivos se ligam com a monogamia! Senão vejamos, porque raio é que o homem se casaria por causa do sexo? Não sendo casado poderia ter a mesma quantidade ou ainda mais, do dito. Certo? Sexo não é amor.

Agora vejamos a referida razão das mulheres para se casarem: Segurança. Penso que ninguém se pode sentir seguro com alguém que não ame, o que acontece muitas vezes é que as pessoas amam outras que lhes transmitem segurança, mas isto independentemente de se tratar de homem ou de mulher. Ambos sentem necessidade de se sentirem seguros, obviamente.
O homem, só pelo simples facto de ser homem-esposo, não transmite segurança nenhuma, e a mulher, só por ser mulher-esposa, não proporciona sexo.
Ambos precisam de segurança e de sexo, mas esse não é concerteza o motivo porque dão o nó!

Ainda acredito que a maioria dos homens e das mulheres se casam pelos mesmos motivos : Porque estão apaixonados e porque se amam. Não sou ingénua ao ponto de acreditar que não há muita gente que se casa por outros motivos, mas ainda acredito que maioritariamente ainda o fazem por amor.

Em relação à monogamia, só posso falar do que sinto, porque é uma questão que tem uma componente cultural enorme. Mas para mim é o amor é algo tão forte, tão intenso e tão sublime, que se torna impensável dedicá-lo a mais do que uma pessoa.

Este assunto dá pano para mangas!

1 beijinho

Guida Palhota disse...

Olá, Meireles!
Vinha à procura da 'discussão'...
Tinhas colocado à...
Olha, fiquei com pena.

beijos

Aníbal Meireles disse...

Margarida, agora que publico o teu comentário, já deve ter ficado claro que o período passado foi de manifesta parvoíce. E não querendo misturar as coisas mandei o blog de férias que ele também precisa (e eu também!).

Vamos então comentar: eu não tenho muita experiência nisto da poligamia, mas no campo das ideias quer-me parecer que, como diz o artigo para o qual remeto, o Homem tem cabecinha para pensar e poder escolher por que caminho há-de ir, sendo que pode efectivamente ir por um ou pelo outro, ou pelos dois em épocas diferentes. Aliás, alguns homens vão, outros não, é um facto. Se uns que não querem ir mas acabam por devido à sua falta de firmeza, convicção, valores, ou seja o que for, é uma realidade.

Mas sinto que tu e a Rute já disseram tudo, com o qual concordo.

O estudo, tal como muitos outros, que há dias em que parece saem às catadupas e se contradizem, parece retirado de um "manual do cliché básico". E sem conhecer a composição do grupo no qual a investigação é baseada com mais desconfiança fico em relação à sua seriedade.

No entanto, tendo eu as minhas reservas em relação ao amor, a coisa até faz algum sentido.Se não vejam lá o cliché: se a mulher não amar, escolher um homem por necessidade de segurança passa a a fazer algum sentido, ainda que parta do pressuposto cultural e matiz religiosa de que a mulher está dependente do homem, o que, convenhamos, é um conceito largamente ultrapassado pela realidade. Por outro lado, tomando um homem por preguiçoso, e não amando, escolheria a mulher pela segurança do sexo, em vez de ter de estar por aí a calcorrear a a arriscar-se a desejar a mulher do próximo. Portanto, numa sociedade sem amor, cheia de mulheres dependentes dos homens e de homens medricas e preguiçosos, sim, o estudo parece fazer algum sentido LOL.