Ele, depois:
Já dei e prometi
Tudo o que não tenho
Pouco do que vivi
Porque me abstenho ?
Já não vou, fico aqui.
É a conta em que te estranho
Dei pouco do que sou.
Sem ilusão, o que ficou ?
Fiquei eu sem saber
Por onde fui que aqui vim ter
E sem saber desfazer o nó
Em que gaveta me esconder
Escuridão, reclusão
A gaveta é suja e desorganizada
O tempo corre lá fora
É uma vida complicada
Disse com a lógica marada:
Foste quase a minha morte
Foste a minha vida azarada,
Mas eu agora tenho sorte
Foste-o sem culpa nenhuma
Mas eu de mim sei e de mim trato
Afinal chorei por ti lágrimas de lagarto
Mas aos poucos vejo o amanhecer
E de alfinetada em alfinetada
Tomo o tempo de perceber
Que o tempo corre afinal
Como eu muito bem entender
E agora com a manhã que me presenteia o pensamento
Só uma ideia me surge bem de perto no firmamento
Foste paixão assolapada, foste uma vida por viver
Foste sempre determinada, só eu não quis saber
À conclusão vale a pena
Fazer um bom balanço
Não fiz qualquer cinema
Nem tampouco grande avanço
Mas do avanço que fiz
Chegou para perceber
Que não era para ti
Todo o meu querer
Desculpa qualquer coisa,
Todo o teu sofrer
Só a paixão era forte
Demorei a entender
Sigo assim pela gente
Bem mais animado
Sabendo pela frente
Um futuro descomplicado
Por intrínseco que pareça
O melhor é sermos nós.
Não vá um dia e aconteça
Ouvir de novo a tua voz.
Ela, antes : "I don't want the world I want you"
por Aníbal Meireles
21 de outubro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Aníbal:
Pior seria: I don't want you, I need you!...
Parabéns, pá.
a última vez que escrevi algo de tão elaborado foi há mais ou menos oito anos. E não foi necessariamente mais inspirado.
Enviar um comentário